Acadêmicos da Universidade Cândido Rondon (Unirondon) fizeram uma manifestação na manhã desta quinta-feira (04), no pátio da instituição, alegando uma suposta quebra de contrato por parte da entidade. Eles reclamam que as mensalidades foram reajustadas 3 vezes somente este ano, além de não terem os descontos respeitados. Segundo os alunos, Procon e o Ministério Público Estadual (MPE) já foram acionados.

Cerca de 300 alunos de diversos cursos cruzaram os braços no pátio da universidade com cartazes. Uma ação será protocolada no MPE ainda nesta quinta-feira e uma denuncia foi feita no Procon, no qual acadêmicos apresentaram materiais que comprovam a veracidade dos descontos que não foram respeitados.

Conforme a acadêmica do curso de direito, Cristiane Lisboa dos Santos, os reajustes exarcebados iniciaram após o grupo Kroton assumir o controle da universidade. Ela reclama que os descontos garantidos no início do curso, dentro de um reajuste anual, não foram cumpridos.

“Quando iniciei o curso, haviam propagandas no outdoor, propagandas na televisão, panfletos, garantindo aos acadêmicos 40% de desconto até o final do curso. E nos contratos assinados, havia uma clausula especificando que o reajuste seria anual. Quando a faculdade foi vendida para o grupo Kroton, eles passaram de sala em sala nos avisando que os contratos seriam respeitados, pois estavam em vigência até o final do curso. Este ano, já teve um terceiro aumento desde junho. Principalmente sem avisar os alunos e não dando se quer a chance de nos comunicar”, disse.

A aluna ainda disse que procurou a direção do curso, mas não obteve êxito com a justificativa de que as decisões tomadas partem ‘de cima’. “Eu procurei a direção, o nucleo financeiro e até eles falaram ‘nós não sabemos, não temos o que fazer porque a ordem vem de cima e ordem a gente tem que cumprir. Se vocês não estão satisfeitos, procurem a justiça ou outra universidade’, sendo que as outras universidades também são do grupo Kroton”.

Ela ainda ressalta o que classificou como \'falta de respeito\' do grupo com os alunos, pois a maioria é formada por pessoas carentes que não têm condições de arcar com os reajustes acima do que foi acordado. “O cerco está se fechando, não tem para onde a gente correr. Só que eles têm que nos tratar como seres humanos, eles têm que nos respeitar. A maioria ali é gente carente, é pobre, porque rico está na UFMT. A maioria ali é estagiário e recebe R$ 600 por mês”.

A acadêmica de publicidade e propaganda, Luana Prado, confirmou os reajustes sofridos neste ano. Ela disse que a direção da universidade informou que os valores seriam reembolsados, pois o aumento só seria válido para alunos novos. “O valor aumentou do começo do ano pra cá, mas no curso de comunicação nós levamos essa reclamação para a diretoria. Fizemos uma reunião, e o Kroton garantiu que ia reembolsar os alunos. Falaram que os boletos foram gerados com o valor na nova mensalidade. Nova pra quem entrou depois da compra da faculdade. Nós que entramos antes não teríamos esse reajuste. Isso foi no mês passado e até agora não tivemos retorno”, denunciou.

Alunos garantiram que a manifestação se estende até amanhã sem previsão de mais dias. Uma ação será protocolada no MPE ainda esta tarde.

Outro lado - Por meio de nota, a Unirondon esclarece que, em julho de 2014, houve uma diminuição do desconto de pontualidade, de 40% para 35%. O desconto é um benefício de mera liberalidade da instituição de ensino superior e um incentivo para que os estudantes efetuem o pagamento de suas mensalidades até o prazo de vencimento.

A Unirondon informa, ainda, que possíveis reajustes são realizados de acordo com o período de ingresso do acadêmico, a cada um ano que este completa na instituição, respeitando a legislação específica e de acordo com as premissas estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC).