Cidades

Quarta-Feira, 18 de Setembro de 2024, 11h55

CASO ZAMPIERI

Pistoleiro confirma que revelará novo mandante e avisa: "alguém poderoso"

Recado faz parte de alegação final em processo

LEONARDO HEITOR

Da Redação

 

A defesa do pedreiro Antônio Gomes da Silva garantiu, em suas alegações finais, que apontará no júri popular o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros na frente de seu escritório, em Cuiabá, em dezembro de 2023. Ele apontou que trata-se de uma estratégia, já que teme por sua vida e que o contratante seria alguém ‘poderoso’.

Roberto Zampieri foi assassinado na noite do dia 5 de dezembro de 2023, em frente ao seu escritório no bairro Bosque da Saúde, na Capital. Ele estava dentro de uma picape Fiat Toro quando foi atingido pelo executor com diversos tiros de pistola calibre 9 milímetros.

O atirador, identificado como Antônio Gomes da Silva, de 56 anos, foi preso na cidade de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). Também foram presos o instrutor de tiro, Hedilerson Fialho Martins Barbosa, suspeito de intermediar o crime, e dono da arma usada no crime, além do coronel do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, que teria financiado o homicídio.

Aníbal Manoel Laurindo foi apontado pelos investigadores como sendo o mandante do assassinato do advogado Roberto Zampieri. A motivação seria uma disputa de terra, na qual perderam uma fazenda, no valor de R$ 100 milhões, em Paranatinga.

Nos memoriais finais, a defesa de Antônio Gomes da Silva afirmou que a estratégia defensiva será exposta apenas durante o julgamento no plenário do Tribunal do Júri, ocasião em que poderão surtir melhor efeito, por não serem previamente conhecidos pela parte adversária. O pedreiro deverá apontar, na ocasião, quem teria sido o mandante do crime, já que afirmou temer por sua vida.

“Isto posto, em sendo o ora Denunciado pronunciado a Defesa irá apresentar sua tese e estratégia no plenário por ocasião da sessão de julgamento”, diz a defesa.

FALTA DE PROVAS

Já a defesa de Hedilerson Fialho Martins Barbosa, em suas alegações finais, aponta que não há uma única prova produzida em juízo que demonstre que ele contribuiu para o crime. Os advogados apontam que, ao contrário do oferecimento de denúncia, onde são exigidos indícios mínimos de autoria e materialidade, a pronúncia para júri popular requer indícios suficientes e idôneos, o que, segundo eles, não existe nos autos.

Os advogados apontam que, em depoimento, Antônio Gomes da Silva relatou que Hedilerson não sabia que ele usaria a arma do instrutor de tiro para cometer o crime. Segundo o pedreiro, seu amigo só soube que a pistola foi utilizada no homicídio quando foi preso, em Belo Horizonte. “Então, ele não sabia que eu ia usar essa arma. Ele ficou sabendo disso quando ele foi preso lá. Eu peguei essa arma dentro do quarto quando ele tava tomando banho e coloquei naquela caixa que eu falei que eu ia fazer, levar uma... a caixa pra entregar pra uma pessoa... Então ele não sabia, ele ficou sabendo lá que eu usei essa arma”, afirmou o pedreiro, em depoimento.

A defesa detalhou ainda que não se pode utilizar apenas elementos produzidos em inquérito policial para embasar a pronúncia, sendo que os interrogatórios não confirmados em juízo deveriam ser descartados. Foi ressaltado também que os delegados que conduziram a investigação informaram em juízo que não encontraram provas de pagamento para Hedilerson.

“Desse modo, mediante o que foi exposto acima, percebe-se que não há indícios mínimos de informação para fundamentar a decisão de pronúncia. Isto posto, requer-se seja impronunciado o ora Acusado Hedilerson Fialho Martins Barbosa, uma vez que não há sequer indícios de autoria com relação ao mesmo”, diz a decisão.

Comentários (2)

  • Cuiabano |  18/09/2024 19:07:23

    Com certeza tem gente graúda do judiciário envolvida.

  • MARIA AUXILIADORA  |  18/09/2024 14:02:52

    Duvideodó se vai revelar outros envolvidos. Isso é estratégia para aumentar o valor do ''cala boca''.

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