Cidades

Domingo, 13 de Outubro de 2024, 10h25

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

TJ nega sequestro de bens de Elon Musk após pedido de associação

Entidade queria bloquear bens da Starlink

DIEGO FREDERICI

Da Redação

 

O juiz da Vara de Ações Coletivas do Tribunal de Justiça (TJMT), Bruno D’Oliviera Marques, negou o sequestro de bens da Starlink - serviço de internet por satélite do empresário Elon Musk, proprietário da rede social “X” (antigo Twitter).

Em decisão publicada nesta quarta-feira (2) o juiz analisou o pedido da Associação de Defesa dos Direitos Digitais (ADDD), que move diversas ações na justiça contra as chamadas “Big Techs” (Meta, X e outras) para tentar limitar o uso da inteligência artificial dessas empresas.

“Tanto lá como aqui, a empresa demandada vem utilizando dados pessoais dos usuários de suas plataformas de redes sociais para treinar seu modelo de inteligência artificial (o Grok). Portanto, trata-se de situação fática exatamente idêntica aos fatos que conformam a causa de pedir na presente ação coletiva. Ademais disso, a legislação europeia (o RGPD - Regulamento Geral de Proteção de Dados) é em tudo semelhante à nossa LGPD”, pede a ADDD.

Em sua análise, porém, Bruno D’Oliveira Marques analisou que a associação apresentou somente uma decisão da justiça da Irlanda que impôs restrições ao uso de inteligência artificial ao "X". O magistrado avalia que outras provas deveriam ser apresentadas para deferimento do pedido.

“Tal alegação desprovida de qualquer embasamento fático, bem como sem evidências concretas que demonstrem que a demandada esteja desviando ou dilapidando bens que possam responder pelo pagamento do débito perseguido nesta lide, não é hábil a autorizar a decretação da medida de arresto e de bloqueio de contas. Ademais, ressai de matérias divulgadas na imprensa nacional que a empresa demandada indicou na data de 20.09.2024 representante legal no Brasil”, analisou o magistrado.

A decisão ainda cabe recurso. A chamada “IA generativa”, a grosso modo, são softwares elaborados em algoritmos que identificam padrões de informações, em menor ou maior escala, para criar conteúdos novos - textos, imagens, vídeos e até mesmo outros softwares. Um dos exemplos mais conhecidos é o ChatGPT.

Especialistas apontam que a discussão é eminentemente ética, de como empresas utilizam dados pessoais - inclusive da vida íntima das pessoas -, não apenas para “melhorar a experiência dos usuários", mas também vender informações a “clientes interessados”.

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