Faltando 30 dias para o início da Copa de 2014, Cuiabá apresenta um cenário pouco receptivo, com obras que vão do Aeroporto Internacional Marechal Cândido Rondon e se estendem pelos 3 percursos possíveis para chegar até a Arena Pantanal, tornando o trânsito lento e complicado. O primeiro jogo na capital mato-grossense será realizado um dia após a abertura do Mundial, em 13 de junho, entre Chile e Austrália.

Hoje, quem desejar sair do aeroporto e seguir até a Arena Pantanal pode optar por 3 percursos: pelo bairro do Porto (passando pela ponte Júlio Müller), pela Ponte Nova e pela estrada da Guarita. O último trajeto é eleito pela maioria dos taxistas como o mais apresentável, embora seja o mais longo. O primeiro é praticamente descartado.

A situação é problemática já no desembarque no aeroporto, onde as obras inacabadas obrigam todos os passageiros, que chegam ou deixam a cidade, a dividirem um espaço pequeno. E para a Copa são esperados mais de 40 mil turistas para assistir as partidas.

Do lado de fora, a poeira toma conta e nem mesmo as calçadas estão completamente acabadas. Parte da pista é tomada por tapumes e a falta de fiscalização faz com que vários veículos fiquem estacionados em locais proibidos, dificultando ainda mais o trânsito no local. Ao deixar o terminal, a avenida João Ponce de Arruda é itinerário obrigatório, independente do caminho a ser escolhido.

Para chegar a Cuiabá, passando pela ponte Júlio Müller, é preciso fazer o desvio criado em decorrência da construção da trincheira do Zero KM, passar por um trecho da BR-070, contornar a rotatória da obra inacabada até chegar a avenida 31 de Março, onde o asfalto é precário e os buracos estão por todos os lados. Por esta rota, é necessário atravessar o bairro Cristo Rei, chegando até a rua Projetada 6, que dá acesso à Alameda Júlio Müller, que tem estrutura e conservação semelhantes as da avenida 31 de Março.

Somente pela Alameda é possível acessar a meia pista da ponte Júlio Müller aberta para passagem de veículos. Do Porto à Arena o caminho mais rápido é pela avenida Senador Metello até o bairro do Verdão, onde fica o estádio. No trajeto, a passagem pelo Córrego 8 de Abril, que está em fase de revitalização, também está em obras.

TRAJETO 2 - A outra possibilidade de chegar até a Arena é pela Ponte Nova. Com construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), a avenida da FEB está parcialmente interditada e funcionando em mão única, somente sentido Cuiabá -Várzea Grande. Por isso, é necessário passar por desvios. Há duas possibilidades para este caminho: uma seguindo pela região do Zero KM e outra pela avenida Dom Orlando Chaves, no Cristo Rei. Nas duas situações, os desvios são mal sinalizados, com asfalto precário e por meio de locais considerados perigosos, especialmente no período da noite.

Para o taxista Jobed Gonçalo, esta pode ser uma opção de trajeto mais curto para o turista, porém nada atraente. “Eu arriscaria levar os visitantes até a Arena pela Ponte Nova, por ser mais perto. Mas passamos por lugares feios, os desvios estão muito ruins, com asfalto todo danificado”.

Se o caminho escolhido for pelo Cristo Rei, cenário atual é a obra em andamento do viaduto Dom Orlando Chaves, com trecho sem asfalto, esburacado, com cavalos na pista e sinalização inexistente. A Ponte Nova dá acesso à avenida Miguel Sutil e a chegada até a Arena a partir desse ponto é simples.

TRAJETO 3 - Escolhido pelos taxistas como o caminho mais recomendado por ter pistas largas e estar com uma aparência melhor, a Estrada da Guarita, que faz parte do Corredor Mário Andreazza, ainda apresenta trechos inacabados, com pista sem asfalto e parte da duplicação sem terminar. Ainda assim, a conservação do asfalto é melhor. E apesar de ser um trajeto mais longo, Jair Paulo da Silva, 46, afirma que não sai muito mais caro e a paisagem é bem melhor. “Se eu puder escolher o caminho para levar os turistas será pela Mário Andreazza, que está bonita. A cidade está muito feia para ficar desfilando com turista por desvios”.

Com opinião semelhante, o taxista José Carlos Silva, 59, complementa que esta é a opção mais confortável.

“Não dá para enfrentar esse tanto de desvio, demora muito. Hoje fui até o CPA e voltei para o aeroporto, demorei 2 horas”, comenta o taxista que há 13 anos trafega pelas ruas de Cuiabá e Várzea Grande.

Os 2 profissionais analisam que as cidades não estão prontas w receber os turistas e lamentam a situação a começar pelo aeroporto, que não ficou pronto. “Tenho esperança que o pátio do aeroporto fique pronto”, deseja Jair.

OUTRO LADO - A assessoria de imprensa da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) afirma que a empreiteira responsável pelo viaduto Dom Orlando Chaves concluirá a obra até o início dos jogos, facilitando o acesso dos turistas que deixam o aeroporto, sentido Arena Pantanal. O VLT, por meio de nota à imprensa, também garante que executará intervenções na parte rodoviária nas avenidas João Ponce de Arruda e FEB, em Várzea Grande, se estendendo para Cuiabá, passando pela Ponte Júlio Müller, na região do Porto, no respectivo trecho prioritário.