Opinião

Quarta-Feira, 18 de Setembro de 2024, 08h00

Jean Lucas Teixeira

Dia da Árvore – Nada a Comemorar

Jean Lucas Teixeira

 

Circulou, recentemente, nos grupos de WhatsApp pátrios, um “meme” metodicamente elaborado com o espectro do território brasileiro no mapa mundi e a bandeira brasileira, representando o país em chamas. A originalidade contida do desenho, nos provoca, ao menos em mim, uma realidade, sem dúvidas, é uma reflexão necessária. Seria o dia da árvore um momento comemorativo? Creio que não!

Adiantaria, neste momento, motivados pela data, distribuir e plantar inúmeras unidades de mudas apenas para ratificar mais um desejo que um compromisso ambiental? Também creio que não! Explico as negativas...

Há quem possa afirmar que o fenômeno das queimadas, nesse período do ano, é algo natural. Sim, em parte sou obrigado a concordar. Mas admitir como normal a intensidade delas sem fazer um “mea culpa” social é igualmente admitir que fracassamos enquanto seres “racionais”.

Urge a necessidade de mudanças comportamentais, ainda que possa crer que o período do ano que vivemos é propício às queimadas, sejam florestais ou urbanas. As práticas de manejos inapropriados são, no campo, as causadoras em grande parte dos incêndios florestais. Nas cidades, a ação humana, igualmente, responde por grande parte do que hoje se vê. Essa constatação é involuntária, basta respirar!

Em recente matéria jornalística publicada por um veículo de alcance nacional, no dia 13 de setembro, o corpo de bombeiros do Estado de Mato Grosso, estava atuando em 49 focos de incêndio no Estado, espalhados em 30 municípios. Em data anterior, dia 12 de setembro, o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou no Estado de Mato Grosso um total de 974 focos de calor. Em Várzea Grande, o 2º Batalhão de Bombeiros Militar atuou, desde janeiro de 2024 ao presente mês, em 359 ocorrências de combate ao fogo urbano.   

Ou assumimos o compromisso de reverter essa situação ou de nada adiantará ter um dia no calendário destinado à árvore, incentivando seu plantio como forma de repor o estoque natural se não tivermos a certeza que, no próximo ano, aquela muda não será vítima da próxima queimada.

Jean Lucas Teixeira de Carvalho – Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável de Várzea Grande

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