Política

Sábado, 15 de Fevereiro de 2014, 15h52

RELATÓRIO

Crea aponta falhas grotescas em obras da Copa em Mato Grosso

Conteúdo do estudo será divulgado nesta semana pelos técnicos

Da Redação

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) analisou as obras de mobilidade urbana para a Copa do Mundo de 2014, de Cuiabá e Várzea Grande, e encontrou falhas de engenharia, de execução e “erros grotescos”. Os projetos também não têm qualquer tipo de acessibilidade para ciclistas, pedestres e pessoas com necessidades especiais. 

Na próxima terça-feira 18, o Crea entregará à Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa do Mundo, da Assembleia, o relatório técnico das 11 visitas realizadas durante o segundo semestre do ano de 2013 e no início de 2014.

Conforme o engenheiro civil e conselheiro do Crea, André Luiz Schuring, em todas as obras há erros de engenharia e acabamento. Ele afirma que o que assustou a equipe técnica foi que as irregularidades eram tão “grotescas” que até mesmo pessoas sem formação acadêmica poderiam apontar as falhas. 

Para o conselheiro, os erros são fáceis de ser resolvidos, porém é preciso saber se o governo irá cobrar que as empreiteiras façam os ajustes. ”O Estado vai ficar com a imagem manchada pelas obras inauguradas sem qualquer tipo de acabamento ou mal finalizadas. Pior ainda será receber os turistas deste modo”. 

Conforme o coordenador de acessibilidade e mobilidade urbana do Crea, Givaldo Dias Campos, no que trata de acessibilidade a situação é “alarmante”. Ele afirmou que as obras não priorizaram os pedestres e na maioria dos casos as construções chegam a causar riscos para cadeirantes e idosos. “Fazer uma rampa com uma inclinação absurda não pode ser considerado acessibilidade. Para nós, acessibilidade é quando se executa um projeto tendo como base as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)”. 

O coordenador disse ainda que a equipe analisou tanto as obras em execução quanto as que já foram entregues. Porém, ele afirmou que diversos problemas foram encontrados nos dois casos. 

Nas intervenções, faltam sinalização e travessias para os pedestres. A demora na execução também foi apontada como um problema. “Por mais que o pedestre não entre dentro do canteiro de obras, ele circula e em muitos casos tem que atravessar, porém isto não foi analisado pelo governo. E eles acabam tendo que disputar espaço com os carros e com as obras.” 

As construções que foram entregues também não atendem as normas de acessibilidade. A situação é ainda pior nas trincheiras. “No viaduto da UFMT, a sinalização para pedestres é praticamente inexistente, não foi feita a drenagem do local e ele alaga. Os pedestres optam por atravessar em outros pontos e se arriscam entre os carros. No viaduto do Despraiado simplesmente não tem calçada ou rampa para cadeirantes.” Procurada, a Secopa informou que só vai se manifestar após ter acesso ao relatório.

Comentários (1)

  • Elzis Carvalho |  15/02/2014 22:10:58

    Isso não é novidade para ninguém. Até um leigo sabe que as obras estão mal acabadas.

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