O deputado estadual Zeca Viana (PDT) avalia que a saída do governador Pedro Taques do partido vai esfacelar o PR e o PSD e, por consequência, tornar o PSB o maior partido de Mato Grosso. “Já tenho informações seguras de que é uma questão de tempo a filiação do Taques no PSB. Não vai para o PSDB porque não tem espaço para ter inserção nacional. Muitos do PR e do PSD que estão dispostos a se aliar ao governo do Estado migrarão para o PSB”, declarou. 

Conforme Viana, a saída de Taques do PDT também vai gerar reviravolta na composição da Assembleia Legislativa. Isso porque até quatro parlamentares estão dispostos a seguir Taques no PSB, o que elevaria a bancada do partido para seis representantes, visto que se uniriam aos já socialistas Oscar Bezerra e Eduardo Botelho. “De três a quatro deputados estaduais irão acompanhá-lo. O deputado Leonardo Albuquerque já sinalizou que deixa o PDT para seguir o governador”, revelou.

O parlamentar avalia que Taques tende a enfrentar dificuldades nas próximas eleições para manter seu discurso de independência em relação ao governo federal. Isso porque o vice-governador Carlos Fávaro está articulando a criação do PL (Partido Liberal) em Mato Grosso, que em âmbito nacional será chefiada pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab. “A tendência é que ocorra uma fusão do PSD com o PL no futuro. No PDT, o Taques recebeu apoio do diretório nacional para se manter distante do PT e do PMDB e construir um projeto alternativo com partidos de oposição. Não acredito que tenha essa autonomia se mantendo próxima a um partido ainda mais estreitado com o governo federal”.

A mudança de partido aos detentores de cargos majoritários já foi autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sem a perda de mandato por infidelidade partidária, o que favorece prefeitos, governadores, senadores e o presidente da República. No entanto, nesta quinta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral impediu a criação do PL.