Quinta-Feira, 30 de Janeiro de 2025, 18h36
FACÇÕES NA CÂMARA
Ministra cobra manifestação da PGR em ação de Jeferson contra Abilio
VINICIUS MENDES
Gazeta Digital
Em despacho publicado no Diário do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quinta-feira (30), a ministra Cármem Lúcia determinou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre os pedidos do vereador Jeferson Siqueira (PSD) na ação que move contra o prefeito Abilio Brunini (PL) referente às acusações de suposta interferência de facções criminosas no Poder Legislativo municipal. Jeferson quer que o Supremo obrigue Abilio a apresentar provas de suas declarações.
O processo foi autuado como petição no STF em 18 de janeiro de 2024, quando Abilio ainda ocupava o cargo de deputado federal. O vereador Jeferson Siqueira relatou, à época, que Abilio, então recém-eleito prefeito, fazia declarações que provocaram grande repercussão.
“Durante suas manifestações, o deputado afirmou que uma organização criminosa amplamente conhecida como Comando Vermelho teria atuado para garantir a eleição de vereadores na capital de Mato Grosso. De acordo com suas declarações, a influência dessa organização não se limitaria ao processo eleitoral. Segundo o querelado, o grupo também estaria interferindo na disputa pela presidência da mesa diretora da Câmara Municipal de Cuiabá”, disse o parlamentar.
Segundo Siqueira, Abilio também teria afirmado que a facção direcionou verbas a vereadores, para garantir a liderança na Câmara. O vereador ainda destacou que no período anterior à eleição, os únicos nomes na disputa à presidência do Legislativo eram o de Paula Calil (PL), apoiada por Abilio, e o dele.
“É neste contexto que o interpelado [Abilio] vem insinuando que a organização criminosa supramencionada estaria apoiando a chapa encabeçada pelo interpelante”, disse Jeferson no processo.
Ele então pediu que o STF que obrigue Abilio a repassar as informações que sabe sobre o envolvimento de vereadores com o Comando Vermelho; quais são estes vereadores; quais provas ele tem de que a facção estaria comprando votos para a eleição da Mesa Diretora e quais parlamentares teriam aceitado; quais são as provas da ligação destes vereadores com a organização criminosa; que prova tem de que Jeferson teria algum acordo com a facção para a eleição da Mesa; e quais documentos ou outras provas possui que atestam estas afirmações.
No despacho, a ministra pontuou que Jeferson juntou todos os documentos necessários no processo e então ela cobrou manifestação da PGR.
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