O prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB), reajustou o contrato de locação de imóvel que o município tem com o seu irmão, o médico e empresário Josias Santos Guimarães. Conforme extrato do contrato obtido pela reportagem do FOLHAMAX, foi “apostilado a cláusula da dotação orçamentária do contrato original referente à locação do imóvel\". 

O termo é usado em contratos públicos quando é feita a Variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato; compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento; empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido. No entanto, o valor acrescentado não foi divulgado.

O secretário de finanças, Mauro Sabatini, informou que até o momento não tinha conhecimento do contrato. O contrato de locação do imóvel foi firmado no dia 21 de outubro de 2011 pelo então prefeito Sebastião dos Reis Gonçalves, o Tião da Zaeli (PSD), e com vencimento programado para 22 de setembro de 2014. O valor inicial do contrato corresponde a R$ 420 mil e com valor final de R$ 1,3 milhão sem as respectivas correções feitas anualmente.

O valor mensal pago pelo município corresponde a R$ 35 mil. No imóvel que tem 3 pavimentos e espaço de 2.854 metros quadrados, é abrigado unidades de saúde como o Centro de Doenças Tropicais, Centro Integrado da Mulher e serviços de raio X.

O imóvel está localizado entre as ruas São Pedro esquina com Santo Antônio, mesmo endereço do antigo “Hospital Maternidade São Francisco de Assis” - que foi a falência, indo a leilão pela Caixa Econômica Federal e sendo comprado posteriormente por Josias. Embora não haja ilegalidade,a  medida administrativa do prefeito Walace Guimarães é considerada imoral e tende a ser questionada pelos órgãos fiscalizadores. 

Josias Guimarães ganhou notoriedade meses atrás quando o DEM solicitou a Justiça Eleitoral a quebra do sigilo bancário e fiscal do empresário por uma suposta prática de caixa 2 na campanha de Wallace a prefeitura em 2012. O Tribunal Regional Eleitoral negou o pedido feito pela candidata derrotada a prefeitura Lucimar Sacre de Campos (DEM), que ingressou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral.