Política

Quarta-Feira, 26 de Agosto de 2015, 12h27

CRIMES AMBIENTAIS

Sete são presos pelo Gaeco em MT; fraudes são de R$ 104 milhões

Da Redação

 

O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) informou que sete pessoas já foram presas na “Operação Dríades”, deflagrada nesta quarta-feira. O grupo é suspeito de fraudar mais de R$ 104 milhões por meio de créditos florestais.

De acordo com as investigações para burlar os Sistema – SISFLORA/CC-SEMA, as madeireiras de Mato Grosso realizavam uma venda simulada de produtos florestais para madeireiras situadas nos Estados do Pará e Goiás. Ficou constado que a fraude tinha seu início e término no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais– MTSISFLORA/MT. 

Entretanto, para efetiva consolidação da fraude era necessário que essa transação utilizasse outros dois sistemas de controle de produtos florestais: o DOF vinculado ao IBAMA e o SISFLORA-PA, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará. 

De acordo com os promotores de Justiça que atuaram no caso, ficou comprovado a participação de dois servidores que exerciam a função de Administradores do Sistema nas transações fraudulentas. Eles eram os responsáveis em autorizar a venda de produtos florestais para outros Estados, especialmente os da região amazônica.

VEJA COMO DE DAVA A FRAUDE

Segundo o Gaeco as madeireiras vendedoras do Estado de Mato Grosso, após acessarem o SISFLORA/MT, mediante login, senha e certificado digital (“Token” ou cartão), cadastram e emitem as Guias Florestais – GF3;

Por sua vez, entre 15’ e 30’ minutos, o Sistema DOF/IBAMA faz de forma automática a atualização com o SISFLORA/MT e, consequentemente, a leitura dessas GF3. Em seguida, os compradores do Estado do Pará solicitam o recebimento das GF3 pelo DOF/IBAMA.

O Sistema SISFLORA-PA verifica com o Sistema DOF/IBAMA se as GF3 são válidas e se podem ser recebidas. Enquanto isso, o vendedor do Estado de Mato Grosso solicita a anulação da GF3 no SISFLORA/MT, minutos após a concretização da operação. Após verificar a situação com o Sistema DOF/IBAMA, a GF3 é anulada.

Toda essa movimentação fazia com que o vendedor do Estado de Mato Grosso mantivesse o seu crédito de produtos florestais intacto, gerando apenas crédito indevido para a empresa compradora do Estado do Pará ou Goiás.

Segundo o Gaeco percebe-se, pelas razões acima expostas, que a fraude decorre de uma falha de comunicação entre os Sistemas SISFLORA/MT, DOF/IBAMA e SISFLORA/PA que permite a emissão e cancelamento das Guias Florestais em Mato Grosso, sem que haja o respectivo estorno dos créditos florestais, gerando, consequentemente, a duplicidade de créditos, que são novamente utilizados pelas empresas vendedoras de Mato Grosso em outras operações, como também são utilizados pelas madeireiras compradoras dos Estados do Pará e Goiás, agora como créditos florestais legítimos.

A fraude fica ainda mais evidenciada se levado em conta que entre a emissão, o cancelamento e o recebimento das guias florestais não se ultrapassam 50’ (cinquenta) minutos, ressaltando que o recebimento da madeira no sistema deveria ocorrer tão somente quando ela estivesse fisicamente no local, o que não seria possível dentro desse prazo. 

DIMENSÃO DA FRAUDE

Durante o período investigado, de 10/07/2014 a 15/01/2015, as madeireiras geraram 148.873.9964 m3 de créditos florestais. Como esses créditos florestais foram recebidos apenas via sistema, já que fisicamente isso não aconteceu, essas empresas poderiam regularizar qualquer madeira sem origem que, por ventura, houvesse em seus pátios ou até mesmo transferir para outras empresas.

Para se ter uma ideia da quantidade de madeira, levando-se em conta que um caminhão transporta em média 28 m³ de madeira, seriam necessários 5.316 caminhões para realizarem o transporte. Se cada caminhão mede aproximadamente 14 metros, seriam 74 quilômetros de caminhões enfileirados.

Considerando que cada metro cúbico de madeira pode custar, em média R$700, o montante aproximado da fraude seria de R$ 104.211,793,00.

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Comentários (11)

  • Geovane |  26/08/2015 21:09:27

    Se fosse ladrão pobre teria nome, sobrenome e fotos. Ladrão rico é outra coisa... hipocrisia.

  • regis tocantins |  26/08/2015 17:05:58

    Tem que divulgar os nomes, corruptos é uma praga na sociedade atual, e infelizmente o atual governo é conivente no caso da sema, pois manteve figurinhas carimbadas da policia e da justiça em cargos estratégicos, dizem que por interesses políticos e protegidos por esses e ex-secretário.

  • marcia de jesus |  26/08/2015 17:05:25

    incrível a coincidência que existem dos personagens e envolvidos das operações policiais desde a currupira, em 2005, até esta última, pode-se notar que os nomes são os mesmos, todavia, eles estão soltos, até exercendo cargo de confiança de alto escalão, com processos que são prescritos ou nulos por falhas processuais mínimas, e fica tudo por isso mesmo, livres para cometerem novos delitos e crimes, ainda que tentam disfarçar, mas, é só monitora-los, estão no shopping, almoçando no getúlio e outros restaurantes com empresários, e nada acontece, novas operações virão senão cortar esse grupo que mandam e fazem seus esquemas e armações na sema desde o governo blairo maggi...e o atual governo, pelo jeito, é conivente por prestigiar essa turma. será que teremos que esperar por um governo realmente ético para expulsar esse grupo do serviço público?

  • luana b.b.c. |  26/08/2015 17:05:25

    tem que pegar neguinho que exerce cargo de confiança protegido por um membro do poder judiciário, aí sim veremos que a justiça funciona, o cara é dissimulado, anda com deputado nos corredores na sema, e faz reuniões sigilosas, dentre outras maldades, mas, um dia a casa cai, o GAECO é uma entidade séria, confiamos, mas, tem que pegar todo mundo, inclusive gente que está mandando na sema como o que citei, bem como figuras que forma denunciadas na operação jurapari e que exerce cargo de alto escalão, e com certeza, a corrupção é um vicio, deve estar agindo dissimulado, nos bastidores, junto com políticos, consultores técnicos e técnicos de carreira que se serve para fazer esse trabalho sujo em troca de cargo.

  • Nico |  26/08/2015 16:04:49

    Esse tipo de fraude acontece ha pelo menos oito anos. Fica um jogo de empurra entre a SEMA e o Ibama pra saber de qual orgão é a culpa pela falha. Enquanto isso os gafanhotos comeram e comerão a floresta.

  • BOSilva |  26/08/2015 15:03:54

    Cadê o nome dos Bois?

  • fidedigno |  26/08/2015 15:03:50

    Que povo criativo o povo brasileiro!!!!! kkkkkkkkkkkk. só mala.

  • joão batista figueiredo  |  26/08/2015 15:03:48

    Os nomes não podem ser anunciados? a responsabilidade de bem informar deveria ser lei.

  • Karla |  26/08/2015 14:02:55

    GAECO QUEREMOS PRESOS A CORJA DE BANDIDO DA PREFEITURA DE VÃRZEA GRANDE, EM ESPECIAL OS VEREADORES QUE PARTICIPARAM DO GRANDE ROMBO NA GESTÃO PASSADA, EM ESPECIAL WANDERLEY CERQUEIRA QUE COMANDOU O PROJETO MINHA CASA MINHA VIDA, ONDE BENEFICIOU MUITAS PESSOAS QUE NÃO PRECISAVAM, ATRAVÉS DE PROPINAS E FRAUDES, CADEIA NELE GAECO E MINISTÉRIO PÚBLICO PELO AMOR DE DEUS, PRECISAMOS DESCONTAMINAR ESSA PREFEITURA!

  • Antônio Carlos |  26/08/2015 14:02:21

    Infelizmente, esses criminosos não passarão mais do que 10 dias na cadeia. Se o criminoso fosse daqueles que defraudam o dinheiro público, no máximo 4 meses, e, se passarem desse período, temos no STF, o Toffoli e o Mendes que resolvem tudo.

  • denise brasil |  26/08/2015 12:12:14

    parabéns ao gaeco, mas, será que vão pegar os cabeças, e só um aviso, lá na sema é controlada pelo mesmo grupo desde o governo blairo, só esse recado!!!

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