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CONSCIENTIZAÇÃO

Cuiabá promove audiência para debater sobre suicídio

 

Da Redação

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A 3ª edição do evento "Sua Vida Importa – Por que precisamos falar de depressão e suicídio?”, promovido pela Prefeitura de Cuiabá, através da Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência, e coordenado pela Secretaria Adjunta de Direitos Humanos aconteceu na noite desta quinta-feira (12), no auditório da Câmara Municipal de Cuiabá. O evento, que teve como palestrantes as psicólogas Giselle Leite e Layane Buosi e a psiquiatra Luisa Stuchi, contou com a presença de alunos do curso de Psicologia da Faculdade Católica de Mato Grosso, além de cerca de 300 pessoas que acompanharam online. Fizeram parte do dispositivo de honra a secretária adjunta de Direitos Humanos, Christiany Fonseca, o secretário municipal de Saúde, Deiver Teixeira, o coordenador do curso de Psicologia da Faculdade Católica de Mato Grosso, Pedro Matias e a psicoterapeuta sistêmica Marialice Oliveira Mundim.

Para Christiany Fonseca, organizadora do evento, a temática da saúde mental é extremamente sensível e exige uma abordagem cuidadosa e urgente. “ Todos os anos, o número de pessoas diagnosticadas com depressão e aquelas que tentam suicídio é alarmante. Precisamos tratar essa questão com seriedade e empenho, buscando quebrar o tabu que ainda existe em torno do tema. Infelizmente, muitas pessoas ainda enfrentam preconceitos quando se trata de procurar ajuda especializada, como um psiquiatra ou psicólogo. Essa resistência é preocupante e reforça a importância de sensibilizarmos a sociedade sobre a necessidade de apoio profissional. É fundamental que as pessoas saibam que procurar ajuda quando se sentem fragilizadas é um ato de coragem, e pode prevenir a consequência mais trágica, que é o suicídio”, comentou.

Durante sua palestra a psicóloga Gisele Leite abordou diversos aspectos, incluindo dados epidemiológicos recentes sobre depressão, focando especialmente no aumento alarmante entre adolescentes. “O aumento dos casos de sofrimento mental, particularmente entre adolescentes, é notável nos últimos anos. Estudos recentes mostram um crescimento expressivo de transtornos psicológicos em jovens entre 15 e 29 anos, especialmente entre a população negra. Isso se deve, em grande parte, às pressões sociais que esses adolescentes enfrentam: a busca por aceitação, a escolha da profissão, a necessidade de sucesso e estabilidade financeira. É importante ressaltar que esse período da adolescência ocorre em meio ao desenvolvimento final do cérebro, que, segundo a neurociência, só se completa por volta dos 25 anos. Durante essa fase, os adolescentes ainda lidam com o controle de impulsos e tomam decisões de forma impulsiva, o que, combinado com as exigências sociais, pode amplificar o sofrimento mental”, revelou.

A psiquiatra Luisa Stuchi falou sobre a importância de dar atenção ao sofrimento das pessoas que enfrentam pensamentos suicidas ou que chegaram a cometer suicídio, destacando que, muitas vezes, essas pessoas estavam doentes e não receberam o tratamento adequado. “A pessoa que enfrenta esses pensamentos muitas vezes está presa em um ciclo de dor, desespero, desamparo e desesperança. Entretanto, com o tratamento adequado, essa realidade pode mudar. No entanto, é raro que a pessoa procure ajuda por conta própria; geralmente, a intervenção de familiares ou amigos é necessária. Esses próximos são fundamentais para identificar sinais e conduzir a pessoa ao atendimento profissional, quebrando o isolamento que ela vive. No que se refere ao tratamento psiquiátrico, há uma abordagem que inclui o uso de medicamentos, especialmente nos cuidados iniciais quando há pensamentos suicidas. É importante saber para onde encaminhar a pessoa e quais passos devem ser tomados, sempre prezando pela preservação da vida. O acompanhamento psiquiátrico é, muitas vezes, a principal frente de atuação nesses casos, oferecendo suporte e tratamento adequado para que a pessoa possa superar essa fase crítica”.

A psicóloga Layane Buosi levou dados sobre os casos de depressão e falou sobre a multideterminação desse transtorno. “Quando tratamos de um fenômeno multifatorial como a depressão, é fundamental que o tratamento também seja multidisciplinar, envolvendo diversas abordagens para lidar com seus múltiplos aspectos. Será que a pessoa que comete suicídio realmente quer morrer? Ou o que ela busca por esse caminho? Na maioria dos casos, o objetivo é interromper um sofrimento insuportável, e não necessariamente deixar de viver. Essa distinção é essencial para entendermos melhor o fenômeno”, explicou.

O evento foi encerrado com uma reflexão sobre a importância de tratar a saúde mental de forma integrada, envolvendo tanto profissionais quanto familiares no processo de prevenção ao suicídio. Com uma programação diversificada e relatos impactantes, a terceira edição do "Sua Vida Importa" reforçou a necessidade urgente de quebrar o silêncio em torno da depressão e promover uma rede de apoio que ofereça tratamento adequado a quem sofre. O sucesso do evento demonstra o comprometimento da Prefeitura de Cuiabá em continuar abordando essa temática tão sensível e essencial para o bem-estar da população.





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