O desembargador Rui Ramos, do Tribunal de Justiça (TJMT), revelou que o pastor evangélico Lourival dos Santos André obteve uma decisão em que pedia a sua liberdade. Ele foi preso em janeiro deste ano por um suposto atentado violento ao pudor contra uma mulher numa pizzaria. O crime ocorreu em Ribeirão Cascalheira (886 Km de Cuiabá).
O pastor, porém, possui outro mandado de prisão preventiva por suposto estupro contra 5 mulheres, que procuravam o evangélico em busca de “orações”, e que eram abusadas sob o pretexto de utilização de um “óleo ungido”. Como o processo tramita em segredo de justiça, não é possível verificar nos sistemas do TJMT se Lourival dos Santos André continua preso.
Nesta quarta-feira (3), a Segunda Câmara Criminal do TJMT, presidida por Ramos, se preparava para julgar um habeas corpus contra a prisão do pastor pelo atentado violento ao pudor em Ribeirão Cascalheira. Rui Ramos, que é o relator do habeas corpus, porém, informou que a primeira instância do Poder Judiciário já havia analisado e concedido um pedido de liberdade do suspeito. Assim, o HC de Lourival perdeu o seu objeto.
O suspeito se defende no processo dizendo que foi vítima de agressões ocorridas numa pizzaria de Ribeirão Cascalheira ao “aconselhar” uma mulher a não estacionar na calçada do estabelecimento, e que parasse de acelerar seu veículo. O pastor narra que teria sido agredido depois de tentar “valer o seu direito como cidadão”, se apresentando como um “estudante de direito”.
Depois de ter apanhado, o pastor evangélico procurou um batalhão da Polícia Militar para denunciar os agressores. Os PMs foram até a pizzaria, momento em que a mulher que teria sido “aconselhada” revelou, na verdade, que foi “apalpada” pelo suspeito, o que revoltou os clientes do estabelecimento comercial, culminando nas agressões. Com o relato da suposta vítima, Lourival acabou recebendo voz de prisão.
ÓLEO UNGIDO
Antes do “incidente” na pizzaria, porém, Lourival dos Santos André já tinha sido preso em maio de 2022 pelo suposto estupro de quatro mulheres que tinham ido lhe pedir uma “oração”. Atualmente, o pastor é suspeito de ter feito cinco vítimas.
Segundo as investigações, uma das supostas vítimas, menor de idade, participava de uma conferência numa igreja evangélica em Confresa (1.167 Km de Cuiabá), quando o suspeito a chamou para um quarto fechado e acariciou suas partes íntimas. Em outro momento, ele teria realizado uma chamada de vídeo para a garota onde aparecia manipulando e exibindo o órgão genital.
A segunda vítima, de 17 anos, relatou que no mês de fevereiro de 2022 foi até a igreja evangélica pedir uma oração ao pastor. Dizendo que realizaria o ato religioso, Lourival a levou até o banheiro da igreja, deu um óleo à garota, e pediu que ela passasse na barriga. Na sequência, o investigado passou o produto pelo corpo da vítima, que começou a sentir tontura, teve o vestido tirado pelo suspeito, e foi abusada.
Conforme a investigação da Delegacia de Confresa, os crimes eram cometidos sempre com o mesmo modus operandi, durante a "oração", quando o pastor falava que tinha que passar óleo ungido nas partes íntimas das vítimas, pois alguém havia feito “magia negra”. O investigado levava as vítimas, maiores e menores de idade, para um quarto ou outro cômodo da igreja, passava o produto no corpo e nas partes íntimas delas e praticava os abusos.
Indigninadissimo
Quinta-Feira, 04 de Julho de 2024, 17h34ANTONIO
Quinta-Feira, 04 de Julho de 2024, 15h15