Cidades Terça-Feira, 02 de Julho de 2024, 23h:03 | Atualizado:

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AGROTÓXICOS

MPF investiga níveis de contaminação do rio Araguaia

 

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O Ministério Público Federal (MPF) investiga os níveis de contaminação das águas do Rio Araguaia por agrotóxicos. A abertura do inquérito se baseou em um estudo publicado na revista Environmental Advances, em que os níveis das substâncias detectadas nas águas estariam acima dos considerados seguros para o consumo humano.

Conforme consta no inquérito, tendo como base o estudo, amostras coletadas entre novembro de 2018 e março de 2019 em 8 afluentes nos trechos médio e alto da bacia do Rio Araguaia constataram a presença de 8 agrotóxicos comumente utilizados em lavouras e áreas de pastagens brasileiras. Os herbicidas foram os principais agrotóxicos encontrados nas amostras, seguidos pelos inseticidas e fungicidas.

As porções média e alta do Rio Araguaia tiveram os níveis de atrazina, carbendazim, cianazina, imidacloprida, 2,4-D, clomazone, clorpirifós etil e imazalil acima dos aceitos na União Europeia. Dentre os agrotóxicos, destacou-se a atrazina e o clomazone, por terem sido registrados em todas as substâncias estudadas.

A atrazina é um dos herbicidas mais utilizados no mundo e usado principalmente para controlar plantas de folha larga em culturas de cana-de-açúcar e milho, sendo reconhecida como um desregulador endócrino, responsável pela feminização e castração de anfíbios e outras classes de vertebrados, bem como pela inibição do crescimento ovariano, feminização, anomalias ontogenéticas de desenvolvimento e redução da produção de descendentes em crustáceos. Já o clomazone é outro herbicida amplamente utilizado para controlar plantas indesejadas no cultivo, tendo efeitos adversos relatados para espécies terrestres não-alvo e organismos aquáticos, incluindo insetos aquáticos, peixes, anfíbios e macrófitas aquáticas.

A água destas sub-bacias, assim como a do Rio Araguaia, serve como fonte primária da abastecimento de água à população humana em diversos municípios e que 5 dos 8 pesticidas registrados no estudo foram associados a doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos. Dentre os problemas para a saúde humana apontados no estudo estão: desregulador endócrino, irritante do trato respiratório, irritante da pele, irritante dos olhos (atrazina) e efeitos de reprodução/desenvolvimento (clomazone).

A legislação ambiental brasileira não especifica limites máximos de concentração de agrotóxicos na água, mas, quando considerados os valores recomendados pela Comunidade Europeia, torna-se evidente que as águas superficiais em muitas das sub-bacias estudadas podem não atender aos padrões de água potável. Consta no inquérito que, quando oficiadas, as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente de Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Pará informaram não dispor de programa de monitoramento da qualidade da água que contemple parâmetros relacionados a agrotóxicos.





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