Uma mulher de 65 anos denunciou ter sido presa injustamente por 6 horas em uma delegacia de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), após uma denúncia de perturbação de sossego. No dia do fato, ela chegou a prestar depoimento na parte da manhã e, de tarde, já em casa, foi surpreendida por policiais e levada para a delegacia, onde ficou das 13h às 18h impedida de deixar o local e sem uma explicação decente. O caso foi judicializado e denunciado aos órgãos de controle.
Alexandra Regina, que atua na defesa dos Direitos Humanos na cidade, contou que mora sozinha com seu pet em um condomínio da cidade e que, no dia 7 de janeiro, por volta das 9h30, foi surpreendida pela polícia. Os servidores apuravam uma denúncia de perturbação de sossego. A denunciante é a vizinha dela, com quem ela tem uma rixa e um processo. Alexandra foi agredida por ela com 13 pauladas em 2023.
Na ocorrência, os policiais sugeriram um acordo entre elas. Sem sucesso, as duas foram levadas para a delegacia, onde prestaram esclarecimento. Após a oitiva, foram liberadas. Já em casa, horas depois, foi surpreendida por policiais civis, que a levaram de volta para a delegacia, onde ela ficou presa em uma cela das 13h às 18h, sem nenhuma explicação coerente.
Ela relatou a angústia do que vivenciou. "Eles tiraram meu direito de ir e vir. Fui massacrada sem justificativa. Durante essas 6 horas, eu colocava a mão na cela e chorava. Pedia água para tomar um calmante, mas ninguém me atendia. Quando fui liberada às 18h, um policial que me soltou alegou não ter ouvido os meus chamados", explicou.
Alexandra acredita que está sendo perseguida por alguns moradores e até por policiais, devido ao seu trabalho como ativista e militante dos Direitos Humanos, visitando frequentemente uma delegacia para apoiar mulheres vítimas de violência doméstica.
"Fui acusada de perturbação de sossego, mas não sei o porquê. Moro sozinha com minha shih tzu e tomo meu remédio para dormir. Mesmo assim, sou ameaçada todos os dias dentro do prédio. Já se passou quase um mês desde o ocorrido, e até agora não recebi nenhuma devolutiva", finalizou.
O caso já foi denunciado ao Ministério Público, Corregedoria da Polícia Civil e órgão de defesa dos direitos humanos.