Cidades Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 00h:10 | Atualizado:

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SIMULACRUM

Segurança que vestia uniforme da Rotam delata 69 PMs; veja denunciados

Justiça negou prisão de policiais

SILVANA RIBAS
A Gazeta

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Grupo formado por 70 pessoas, dentre elas 69 policiais militares, se torna réu pela atuação em um grupo de extermínio que executou 23 pessoas e tentou matar outras nove vítimas, em ações que ocorreram entre outubro de 2017 e outubro de 2020. Investigação da Polícia Judiciária Civil e do Ministério Público Estadual (MPE) resultou na deflagração da Operação Simulacrum, em 31 de março de 2022, quando foram expedidas 81 ordens de prisão temporária, a maior operação do país contra policiais militares.

O magistrado Jorge Alexandre Martins Ferreira, com base em seis ações penais, cinco na comarca de Cuiabá e uma em Várzea Grande, aceitou a denúncia apresentada pelos cinco promotores que integram o Núcleo de Defesa da Vida das comarcas de Cuiabá e Várzea Grande, onde ocorreram os crimes. Determinou ainda que seja encaminhada cópia da denúncia e dos autos à Corregedoria da Polícia Militar para conhecimento e tomada das providências cabíveis, no âmbito administrativo disciplinar em relação aos fatos.

Uma cópia integral dos autos deverá ser encaminhada para a 13ª Promotoria de Justiça Militar Criminal da Capital, para a tomada das providências cabíveis no que concerne aos crimes de organização criminosa e fraude processual noticiados nos autos. Também determinou a apuração de eventual envolvimento, por ação ou omissão dolosa do respectivo comandante da Rotam, tenente-coronel PM Cleverson Leite de Almeida, unidade militar à qual os denunciados encontravam-se vinculados à época dos fatos.

A investigação será de responsabilidade da Polícia Judiciária Civil, por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O magistrado deferiu o pedidodo MPE de suspensão de acesso ao sistema informatizado da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso e daDiretoria da Agência Central de Inteligência da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso para 15 dos policiais militares denunciados.

“Devendo o Secretário de Segurança Pública do Estado de Mato Grosso adotar as providências necessárias para o devido reset de logins e senhas de acesso aos sistemas informatizados geridos e administrados pelo Estado”. Na mesma decisão, nega novo pedido de prisão feito contra os réus.

Em seu despacho, o juiz reconhece a gravidade dos fatos mas aponta para a “ausência de contemporaneidade”, que impede a decretação da prisão preventiva, alegando que só deve ser pautada em elementos concretos e atuais que justifiquem sua necessidade. Cita que, inclusive, logo após a operação deflagrada e a prisão dos réus, o desembargador Sebastião Barbosa Farias concedeu Habeas Corpus, acolhendo a tese de ausência de contemporaneidade entre os fatos e  o decreto prisional, colocando todos em liberdade logo depois.

A denúncia é assinada pelos promotores Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira e César Danilo Ribeiro de Novais. As investigações da Polícia Civil ocorreram em seis ocorrências em que foram relatadas pelos policiais militares situações de confronto mas que apontavam  para execuções sumárias.

O grupo atraia as vítimas, através do denunciado Ruiter Cândido da Silva, para supostas ações criminosas onde haveriam grande possibilidade de lucro. Ruiter, que era segurança privado e inclusive se vestia com uniformes da Rotam, acabou delatando o grupo e foi inserido em Sistema de Proteção a Testemunhas.

Ele detalhou a atuação do bando em cada um dos crimes, incluindo a participação dele próprio para atrair as vítimas às emboscadas. Na denúncia, os promotores citam as fortes evidências de que provas contra os membros do grupo de extermínio formado pelos policiais foram suprimidas até mesmo através de acesso ao portal da Secretaria Estadual de Segurança Pública(Sesp), em que foram deletados arquivos do sistema de monitoramento por vídeo, administrado pelo Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), com objetivo de comprometer a análise de imagens que teriam registrado a dinâmica dos fatos e parte das execuções.

“Verificou-se, ainda, que os investigados passaram a ser transferidos para unidades do interior do Estado e uma série de posturas de superiores hierárquicos tendentes a obnubilar provas periciais como a remessa de armamentos à Perícia Oficial e Identificaçã Técnica (Politec) distintos dos estojos e projéteis apreendidos nos locais de crimes, sem munição para fins de confrontos balísticos, rasuras e omissões em livros de acautelamento de armas de fogo, que também se apresentaram ilegíveis, assim como a alteração das cenas dos crimes para eliminação e subtração de vestígios e recusa, até mesmo de Comandantes Gerais Cel PM Jonildo José de Assis e Cel PM Alexandre Corrêa Mendes, em prestar informações relevantes ao devido esclarecimento dos fatos”, cita trecho da denúncia.

DENUNCIADOS 

01 - Altamiro Lopes da Silva

02 - Antonio Vieira de Abreu Filho

03 - Arlei Luiz Coratti

04 - Diogo Fernandes da Conceição

05 - Genivaldo Aires da Cruz

06 - Heron Teixeira Pena Vieira

07 - Ícaro Nathan Santos Ferreira

08 - Jairo Papa da Silva

09 - Jonathan Carvalho de Santana

10 - Jorge Rodrigo Martins

11 - Leandro Cardoso

12 - Marcos Antônio da Cruz Santos

13 - Thiago Sátiro Albino

14 - Tulio Aquino Monteiro da Costa

15 - Vitor Augusto Carvalho Martins

16 - Wesley Silva de Oliveira

17 - Paulo Cesar da Silva

18 - Wilson Ulisses Alves de Souza

19 - Alexandre dos Santos Lara

20 - Benedito Patrício da Silva Júnior

21 - Bruno Pedro Tavares Correia

22 - Elias José Lopes Schuina

23 - Esmael da Silva Gorgonha

24 - Patrick Lauro Loureiro de Almeida

25 - Ronaldo Reiners

26 - Thiago Padilha de Moraes

27 - Abner James Lopes Silva

28 - Luciano Baldoino dos Santos

29 - André Luiz dos Santos Souza

30- Geraldo Vieira da Silva

31 - Jackson Pereira Barbosa

32 - Tiago de Jesus Batista Borges

33 - Vinicius Santos de Oliveira

34 - Jonatas Bueno Trindade

35 - João José Fontes Pinheiro Neto

36 - José Roberto Rodrigues da Silva

37 - Cleber de Souza Ferreira

38 - Everton Bespalez

39 - Antônio José Ventura de Almeida

40 - Luiz Fernando de Souza Neves

41 - Ricardo da Silva Duarte

42 - Alex Sandre Souza dos Santos

43 - Jonas Benevides Correia Junior

44 - Berlitz Alves de Oliveira

45 - Lucas Alves Bataielo

46 - Eduardo Moreira Lauriano

47 - Rafael Garcia Marvielle

48 - Maurício Alves Pereira Júnior

49 - Alersony Christian Gomes de Arruda

50 - Leonardo de Oliveira Penha

51 - Edson Willian de Arruda

52 - Allan Carlos Miguel

53 - Cláudio Batista Leal

54 - Ageu Leal Silva

55 - Alisson Rocha Brizola

56 - Anderson Gomes de Castro

57 - André Felipe de Carvalho Campos

58 - Cesar Adriano Prado Gomes

59 - Dagner João Santana da Silva Oliveira

60 - Fernando Cesar de Oliveira

61 - Gederson Barbosa dos Santos

62 - Israel Xavier Girotto

63 - Jefferson Alves do Carmo

64 - Magno Souza do Nascimento

65 - Marcos Gustavo Soares de Oliveira

66 - Nayara Rodrigues Belo

67 - Rhodiney Marques Silva

68 - Robson dos Santos

69 - Rogério Aparecido Teixeira de Lima

DELATOR

70 - Ruiter Cândido da Silva





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Comentários (10)

  • FAZ O L!!!!!!!

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 19h14
  • Já passou da hora sabe, depois de 500 anos de polícia facista! Da extrema direita e golpistas comandar este país, chegou a hora do poder do povo colocar estes policiais nos seus devidos lugar, e prender estes bandidos de farda!!!!!!!!
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  • ANTONIO

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 16h20
  • E AI VAI SER EXPULSO E SER PRESO ESTE PESSOAL
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  • WILLIAN

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 13h56
  • sou totalmente contra colocar os nomes dos policiais. ainda está investigando. exposição desnecessária .
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  • Admilson

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 13h01
  • Infelizmente e assim, deixa as facções com a corda toda, viva as facções e ferro nos policiais que querem proteger a sociedade de bem. Btasil sendo Brasil., onde temos um presidente bandido que apoia facções.
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  • André Santos

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 11h53
  • "sou cidadão de bem"... é dessa raça que tenho medo!
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  • Kleber

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 09h06
  • Delação sem sentido nenhum, a polícia militar, é pra defender a sociedade de bem, impossível um delator desse conhecer 69 policiais, vão procurar prender bandidos e esqueçam a PM. Obs. Não sou policial, sou um cidadão de bem.
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  • davi

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 06h26
  • Isso ai vai de brinde.. ao Governador MM, que tanto defende o não uso das câmaras.... talvez ja sabendo disso
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  • davi

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 06h19
  • Tem gente ai aplaudindo.. há só morreu bandido... mas queria saber se fosse um inocente da família dele... desde quando tem que promover quem mata? por outro lado como uma pessoa vai levar o sustento pra casa dele sabendo que aquilo é fruto da vida de alguém que foi tirada? cade as câmaras governador.. que vc é tato contra...
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  • JOSEH

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 01h33
  • Vai confiar em bandido da Turma do L.
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  • Eder vg

    Segunda-Feira, 01 de Julho de 2024, 00h44
  • Qbom que morreu só vagabundos ,. Para tristeza do MP e PJC
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