Um influenciador "especializado" em cobras que costumava repetir que "soro antiofídico é para maricas" foi picado pela víbora mais venenosa do mundo quando exibia as suas habilidades com répteis no Instagram em 6 de setembro.

Jeff Leibotwitz foi ferido por uma cobra-taipan-do-interior quando interagia com o animal com as mãos desprotegidas.

Pouco antes de ser picado, Leibotwitz disse aos seus seguidores que conseguiria impedir que o animal o mordesse aplicando pressão em seu corpo enquanto ele se contorcia e virava. Porém um descuido o levou a emergência de um hospital em Florence (Carolina do Sul, EUA).

A família de Leibotwitz disse que o influecer recebeu o antídoto e passou a precisar de ventilador pulmonar. O americano ainda se encontra em estado grave e recebendo diálise – num sinal de que a picada da serpente o deixou possivelmente com danos permanentes em órgãos.

Muitas pessoas que gostam de répteis rastejantes consideram que Leibowitz assume riscos desnecessários por suas atitudes sobre o manuseio de cobras venenosas mortais e que o seu comportamento nas redes sociais podem fazer com que outros manipuladores de serpentes se firam gravemente.

Nas redes, aventureiros competem para mostrar como podem domar répteis letais.

O incidente reacendeu uma controvérsia de longa data no mundo das cobras sobre como mantemos, tratamos e protegemos serpentes venenosas, destacou o site "Intelligencer". A atenção que o caso gerou também incomodou os tutores de cobras, que muitas vezes se sentem perseguidos e podem facilmente correr o risco de perder os seus animais.

Envolve aventureiros competindo para mostrar como podem domar répteis letais. Mark O'Shea, professor de herpetologia na Universidade de Wolverhampton (Inglaterra), criticou influencers como Leibotwitz, a quem classificou como "idiota".

"Você não pode domar uma cobra, ela age por instinto", disse ele, de acordo com o "Daily Star". "É incrivelmente tolo manusear livremente algo tão letal quanto uma taipan-do-interior. Não há necessidade de fazer uma coisa dessas, a menos que você esteja se exibindo. Tudo se resume a ego puro", completou ele.

Andy Gabbard, gerente de mídia social da New England Reptile Distributors, que comercializa répteis, declarou que o número de vídeo envolvendo cobras perigosas está crescendo nas redes sociais.

"Muito disso também é para cliques e curtidas nas mídias sociais, que se tornaram tão grandes. É a emoção, e é a audiência que isso pode gerar", acrescentou ele.

Após o incidente, a polícia foi à casa de Leibotwitz e confiscou 14 cobras (incluindo a que o picara). Devido a preocupações com doenças potenciais por causa do que a polícia chamou de condições "abaixo do padrão" na residência, as cobras não puderam ser realocadas num zoológico regional ou numa fazenda de répteis e acabaram sendo sacrificadas.