Economia Quinta-Feira, 18 de Julho de 2024, 21h:40 | Atualizado:

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200 MIL HECTARES

Demarcação expulsará "barões do agro" de área indígena em MT

Sangradouro-Volta Grande está na cidade de Primavera

DIEGO FREDERICI
Da Redação

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O juiz federal da 1ª Vara de Mato Grosso, Ciro José de Andrade Arapiraca, deu prazo de dois anos para a conclusão dos trabalhos de revisão dos limites da Terra Indígena Sangradouro-Volta Grande, em Primavera do Leste (236 Km de Cuiabá). Atualmente com 100 mil hectares, o território - uma espécie de “laboratório” da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no projeto denominado “Independência Indígena” -, pode alcançar 200 mil hectares.

Em decisão do último dia 1º de julho, o juiz federal também advertiu a Associação dos Produtores e o Sindicato Rural de Primavera do Leste, além de quase uma centena de produtores rurais, a não impedir ou ameaçar técnicos do governo, sob pena de multa. Segundo os autos, o processo de revisão da demarcação da Terra Indígena Sangradouro-Volta Grande se arrasta há mais de 21 e que a morte de um indígena motivou o povo “Xavante” a buscar seus direitos.

“Foi necessária a ocorrência da morte de um membro da comunidade para que os indígenas em questão tivessem razões suficientes para postular, perante a Funai, um estudo dos limites de seu território, formando-se, então, a composição do grupo técnico que faria o levantamento inicial de dados para a redemarcação”, diz trecho do processo. Os autos revelam, entretanto, que mesmo com a criação do grupo técnico, os trabalhos de revisão da demarcação da terra indígena teriam sido “adiados” em razão não apenas da pressão do agronegócio, como também dentro da própria Funai.

No ano de 2003 o órgão “suspendeu” os trabalhos antropológicos para a instalação devida da TI Sangradouro-Volta Grande. Ironicamente, 21 anos depois da medida - tomada no início da primeira gestão do presidente Lula (PT) no Governo -, a demarcação sobre a terra utilizada por Jair Bolsonaro em seu projeto “Independência Indígena”, parece, ver uma luz no fim do túnel. Nesse sentido, segundo revelou o processo, o povo Xavante já teria, inclusive, implementado técnicas e ferramentas típicas do agronegócio, como a mecanização de lavouras.

O juiz José de Andrade Arapiraca considerou o fator “irrelevante” para o seguimento dos trabalhos do grupo técnico. “Conquanto conste dos autos a informação da execução do Projeto Independência Indígena, cujo intento diz respeito à implantação pela referida comunidade Xavante de agricultura sustentável e mecanizada que lhe garanta sua subsistência, contando com o apoio de entidades públicas e privadas, essa suposta vontade da comunidade indígena em implantar agricultura mecanizada não retira, afeta ou diminui o direito da comunidade como um todo à proteção integral do seu território tradicional”, esclareceu o magistrado.

Mesmo com a decisão de primeira instância da justiça federal, uma eventual desocupação da área deve levar tempo - sem contar o prazo de dois anos para a conclusão  dos trabalhos de revisão, que devem ser realizados pela União e também a Funai. A perícia realizada na discussão, presente ao processo, aponta que os índios Xavantes ocupam a região desde o início do século XX e que a partir da década de 1960 o território “foi alvo de investida por parte das empresas de colonização, fazendeiros e posseiros”.

A “invasão” de fazendeiros e empresários do agronegócio, segundo a pesquisa, acarretou no “deslocamento daquela comunidade indígena dos locais que ocupavam anteriormente”.





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Comentários (21)

  • Celso Antonio Feltrin

    Domingo, 21 de Julho de 2024, 09h05
  • Como o Brasil (ainda) é capitalista, os CO-MU-NIS-TAS estão tendo dificuldades para estatizar as propriedades privadas, principalmente as rurais. Tentaram via via STF o cancelamento do Marco Temporal. O povo brasileiro, na imensa maioria, NÃO DEIXOU, pressionando o Congresso Nacional. Eles forçaram a barra de todas as formas! A ideia "brilhante" dos COMUNISTAS é essa que está em andamento, que é forçar demarcações de terras indígenas. Assim metem o pé no traseiro do agro, arrebentam de vez com o Brasil, as terras vão para os índios e, pronto!!! Já está realizado o sonho de estatizar as fazendas. Os caras são malas, malas e malas mesmo!!!
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  • Xx

    Sábado, 20 de Julho de 2024, 17h32
  • Depois da morte de 1 indígena? Tá precisando de mais então, inclusive de quem está dando as ordens.
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  • Fabrício

    Sábado, 20 de Julho de 2024, 08h37
  • Só pode ser palhaçada isso, só quem conhece sabe que a terra dos indígenas já é imensa onde não se produz nada e muito menos preservada, onde os mesmos colocam fogo para caçar, e vivem na cidade roubando e saqueando cargas.
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  • Flavio

    Sábado, 20 de Julho de 2024, 06h52
  • Esse jornal só sabe falar "barões do agro" está na hora de mudar o disco. Muitos que criticam o agro nem sabem o significado.
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  • Pinheiro

    Sábado, 20 de Julho de 2024, 01h53
  • A 50 anos atrás estes barões do agro eram apenas uns colonos que vinham ao mato grosso, para o governo ocupar o vazio demográfico e para eles em busca de terras para sustentar suas famílias. O trabalho árduo os fez vencer, e hoje viraram bandidos por terem conseguido sobreviver e superar todas as dificuldades a eles imposta.
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  • José Oliveira

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 19h25
  • Não São esses barões do agro que criticam o pessoal que invade terras, ou sera que eles acham que invadir terra que é dos indígenas nao é invasão?
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  • Kaka

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 17h05
  • Gente fui vítima. Desses mizeraveis. Que se diz índios . Roubaram minha propriedade . Minha moto , carro gado e todos meus móveis . Foram oito casa roubadas. Índios de fuzil . Infelizmente moro na Bahia aonde. Todos sabem que esse governo apoia. O roubo .quem quiser saber mas sobre e só pesquisa envassoes no extremo sul da Bahia .
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  • José Carlos Alves

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 16h24
  • Realmente é triste ver brasileiro que não defende o agro. O que ele come é o que? Vamos ser realistas sem produção haverá decadência. Vis ser ser mais inteligentes.
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  • Carlos Souza

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 13h54
  • Expulsar quem produz e gera empregos para colocar índios, realmente é admirável! Só no Brasil mesmo, que a intenção é retroceder e nunca avançar. Índio não produz nada, não gera empregos pra cidade nenhuma, só atraza o desenvolvimento das cidades.
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  • Isaias Miranda - jesus meu tesouro !

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 13h47
  • "Então o Senhor fez chover enxofre e fogo, do Senhor desde os céus, sobre Sodoma e Gomorra;" (Gênesis 19:24). Mato Grosso campeão do Agro. O fim está próximo. Deus é fiel!
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  • Daniel

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 11h49
  • Na verdade parte do território em questão não é de Primavera do Leste, mas sim do município de Poxoréu. Nesse tipo de evento ( demarcação) todas as partes perdem.
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  • Veter

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 10h36
  • Fora bozotarios, agro só vê o próprio umbigo, só querem lucro e nada fazem pelo meio ambiente, sabia decisão desse juiz, parabéns.
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  • Jeves Bejame

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 09h19
  • Tem que fazer essa demarcação logo. O agro brasileiro não precisa mais de terra alguma, só basta investir nas terras que já foram desmatadas, bem como nas pastagens degradadas. Os índios têm que ter a sua independência, bom padrão de vida e direitos a financiamentos para a produção.
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  • APOLINARIO GENTIL USKNOV

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 09h19
  • Piada, barão do agro ser expulso! No mínimo vão receber uma indenização cinco vezes maior do que investiram no local, isso claro avalizado por toda$ as instituições envolvidas.
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  • Índio,branco e meio ambiente podem vive

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h56
  • Os povos originários, os brancos e o meio ambiente podem viver em paz. Tem como produzir sem destruir tudo, agricultura sustentável, agrofloresta, respeitar as nascentes, os rios, a final não tem como produzir sem água.
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  • João

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h31
  • Essas orcrim do agro(tóxico) precisam ir pra cadeia. Além da destruição da natureza causam intoxicação desenfreada da população com má formação em fetos, problema cognitivo em crianças, câncer, etc . Seres malévolos. E mentem que produzem muitos empregos. Tudo mecanizado e exportam a maioria dos produtos. Gente da pior espécie. Obviamente apoiaram massivamente as políticas destrutivas do meio ambiente no governo do genocida inelegível.
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  • Moraes

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h26
  • Fodam-se os fascistas de primavera do Leste ! Fodam-se os imbecis do agronegócio, baba ovos do miliciano genocida inelegível ! Foda-se o latifúndio !
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  • Elidio Martinelli

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h09
  • VAMOS DEVOLVER O BRASIL INTEIRO AOS POVOS ORIGINÁRIOS, OK. PORÉM VAMOS PARA ONDE? ISSO É COISA DE NEOCOMUNISTAS BURROS.
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  • Tonho

    Sexta-Feira, 19 de Julho de 2024, 08h03
  • Se passarem para os índios logo uma ONG vinculada ao homem mais honesto do mundo vai nadar de braçada. Fazer o L é apoiar o larápio maior.
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  • Saulo

    Quinta-Feira, 18 de Julho de 2024, 23h25
  • O sindicato de primavera do leste já soltou uma nota esclarecendo tudo, não é isso que a reportagem tá dizendo. Se fosse verdade blog seria uma catástrofe para economia do municipio em deixar de produzir em 200 mil hectares de terra. Portando os Barões que vcs se referem de maneira repugnante não vão perder a área para tristeza de vcs.
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  • FAZ O L!!!!!!!!

    Quinta-Feira, 18 de Julho de 2024, 22h44
  • Primavera é uma região forte do Agronegócio, que sabidamente os povos originários eram seus verdadeiros donos, graças a Deus temos um governo democrático que tem o dever de demarcar toda esta região de Primavera e adjacências como território indígena, e fazer a desintrusão dos barões do agro, somente assim vamos conseguir nossa tão sonhada paz social. Vamos devolver tudo para os indígenas! Mato Grosso tem uma dívida histórica com nossos indígenas!!!!!!!
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