A AgroGalaxy (AGXY3), uma das principais empresas de insumos agrícolas do agronegócio brasileiro, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (18). O movimento vem logo após a renúncia do CEO, Axel Jorge Labourt, e de mais cinco membros do conselho.

A debandada surpreendeu o mercado e resultou em uma queda de 13,27% nas ações da companhia,  negociadas a R$ 0,98. A empresa, que enfrentou uma desvalorização de 90% desde o IPO (abertura de capital), citou os impactos negativos dos eventos climáticos recentes como um dos principais fatores que afetaram sua estrutura de capital. Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a AgroGalaxy afirmou que o pedido de recuperação judicial visa proteger a empresa e suas subsidiárias, além de garantir a continuidade de suas operações.

Entre as subsidiárias da empresa estão importantes nomes do agronegócio como Boa Vista Comércio de Produtos Agropecuários, Rural Brasil e Agro Ferrari Produtos Agrícolas. A renúncia de Labourt, que ocupava o cargo de diretor-presidente, teve efeito imediato, e Eron Martins, diretor financeiro da AgroGalaxy, assumiu interinamente a presidência.

Além de Labourt, outros membros importantes do conselho, como Welles Pascoal e Mauricio Luís Luchetti, também anunciaram sua saída. Nesta quarta-feira, a companhia atrasou um pagamento de R$ 70 milhões de títulos de dívida, pegando os investidores de surpresa. Com o pedido de recuperação judicial, a companhia consegue a proteção judicial contra credores por 60 dias.

ATUAÇÃO EM MT

Em 2022, a gigante passou a atuar em Mato Grosso, quando adquiriu 80% da participação societária da Agrocat Distribuidora de Insumos Agrícolas, com sede em Tangará da Serra. Listado na B3, a bolsa devalores do país, o conglomerado encerrou o segundo trimestre deste ano com uma dívida de R$ 1,5 bilhão.