Economia Sábado, 14 de Setembro de 2024, 20h:04 | Atualizado:

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R$ 30 MILHÕES

Grupo de ex-prefeito nega pedir recuperação e "tranquiliza" credores em MT

Empresa afirma estar passando por reestrutura interna

LEONARDO HEITOR
Da Redação

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grupo safras - dilceu rossato

 

Alvo de várias ações de cobrança na Justiça, o Grupo Safras S.A, composto de seis empresas e que tem como fundador o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, desmentiu boatos de que entraria com um pedido de recuperação judicial. O conglomerado divulgou uma nota, informando que passa por um momento de reestruturação interna, mas que tem a intenção de renegociar com credores e efetuar os pagamentos pendentes de forma transparente.

A empresa Safras Agroindustrial S.A, que tem como sócio majoritário o ex-prefeito de Sorriso, Dilceu Rossato, é alvo de quase 20 ações de cobrança na Justiça, que totalizam quase R$ 30 milhões, e tem sofrido com a penhora de milhares de sacas de soja. Em uma das decisões recentes, um juiz da cidade deu prazo para que o ex-gestor quite uma dívida de R$ 2,6 milhões, sob risco da penhora de todas as unidades do grupo.

O Grupo Safras S.A é formado pelas empresas Safras Armazéns Gerais, Safras Biocombustível, Safras Agropecuária, Nutri Agroindústria, Álcool Patriota e RD Rossato, dedicadas à armazenagem e comercialização de grãos, além de venda de insumos agrícolas e produção de etanol a partir de milho. Em dezembro de 2023, em uma operação que não teve seu valor divulgado, o conglomerado mato-grossense efetuou a aquisição da empresa paranaense Copagri, com operações em seis estados brasileiros e que no último ano fiscal faturou R$ 2,5 bilhões e exportou 1,5 milhão de toneladas de grãos.

No entanto, a empresa possui atualmente 17 ações de cobrança tramitando na Justiça Estadual e, no último dia 6, o juiz Valter Fabricio Simioni da Silva, da Terceira Vara Cível de Sorriso, determinou o pagamento de um débito de R$ 2.610.570,15. O montante é referente a um contrato firmado junto ao produtor rural Cesar Felini, para a compra de 20 mil sacas de soja (R$ 111 cada saca, à época), valor que deveria ter sido pago até 30 de junho.

Em seus recursos, o Grupo Safras S.A tenta evitar a penhora, alegando que faz o estoque de grãos de terceiros em seus armazéns, mas os magistrados têm mantido as medidas, com o sequestro de milhares de toneladas. Além da dívida com Cesar Felini, foram identificados débitos com Icaro Davi Zilio (R$ 480 mil), Francisco Felini (R$ 2,8 milhões), KPM Empreendimentos e Participações Ltda (R$ 5,2 milhões) e a Araguaia S.A. (R$ 5,4 milhões). Os valores são referentes a contratos de compra e venda de grãos, não cumpridos, não pagamento de fretes, pedágios, entre outros. No total, a dívida total do grupo beira os R$ 30 milhões.

Em nota, a empresa destacou que sempre se pautou pela ética, transparência e compromisso com os parceiros e a comunidade e que Dilceu Rossato, além de ser um dos fundadores da cidade, serviu como prefeito por duas vezes, demonstrando seu compromisso com o desenvolvimento local. O Grupo Safras S.A. pontuou ainda que ao longo de sua história, já movimentou mais de 20 milhões de toneladas de grãos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento do agronegócio na região, tendo mais de mil funcionários e que passa por uma reestruturação.

“Atualmente, estamos passando por um processo de reestruturação interna. Este processo visa a melhoria na governança, transparência e controle, com o objetivo de fortalecer ainda mais nossa empresa. Reafirmamos nosso compromisso com todos os nossos parceiros e a comunidade. Agradecemos a compreensão e o apoio daqueles que, ao longo de todos esses anos, confiaram em nosso trabalho e contribuíram para o nosso crescimento. Estamos determinados a superar este momento e continuar a contribuir para o desenvolvimento de Sorriso e região e do agronegócio brasileiro”, diz o documento.

A empresa refutou ainda notícias que dariam conta de que o grupo teria entrado com pedido de Recuperação Judicial, afirmando que se trata de fakenews. Foi destacado que não há o Grupo Safras S.A. não tem o menor interesse em solicitar o dispositivo e que o objetivo é, com transparência e ética, renegociar com parceiros, fornecedores, produtores rurais e instituições financeiras, buscando soluções que permitam a continuidade das operações e o pagamento dos compromissos.

“Desde o início da nossa reestruturação interna, é fato concreto, e também de conhecimento público e notório, já ter havido a repactuação de obrigações com centenas de produtores rurais e outros fornecedores, o que deixa clara a postura do Grupo Safras, de cumprir rigorosamente seus compromissos financeiros e com o mercado, de modo que qualquer especulação negativa a esse respeito reflete apenas uma postura equivocada, o que é lamentável”, destacou a empresa.





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