O juiz da 1ª Vara Cível de Falências de Cuiabá, Márcio Aparecido Guedes, encerrou o processo de recuperação judicial do Grupo Bipar, que pertence ao governador Mauro Mendes (União). Homologada no ano de 2016, quando Mendes ainda era prefeito da Capital, a recuperação apontava dívidas de R$ 126 milhões.

Com o encerramento, o Grupo Bipar volta ao status anterior ao processo, podendo se beneficiar de linhas de créditos mais acessíveis ao mesmo tempo em que deixa de usufruir de eventuais vantagens remanescentes da recuperação judicial, como a suspensão de cobrança judiciais, por exemplo. Em decisão do último dia 17 de janeiro, o juiz Márcio Aparecido Guedes concordou que o grupo empresarial do governador vem cumprindo o plano de recuperação judicial - que nada mais é do que a proposta de empresas em crise para pagamento de débitos, com eventuais prazos e deságios.

O magistrado, porém, revelou que certos credores ainda buscam o pagamento de suas dívidas, que deverão ser requeridas judicialmente, em processos separados, com o fim da recuperação. “É necessário destacar que os questionamentos levantados por credores não impactam a análise do cumprimento do PRJ, visto que alguns créditos foram incluídos em retificações posteriores ao biênio de supervisão e os pagamentos devidos aos credores seguem os prazos e condições estabelecidos no plano homologado”, explicou o juiz.

Homologada em 2016, a recuperação do Grupo Bipar – que reúne as empresas Bipar Energia S.A, Bipar Investimentos e Participações S.A, Mavi Engenharia e Construções Ltda. e Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda -, aponta para dívidas de R$ 126 milhões. Um dos motivos que podem ter levado o grupo empresarial à lona foi uma previsão de faturamento no ano de 2014 no montante de R$ 440 milhões que não se concretizou, quando a Bipar atingiu “apenas” R$ 321,7 milhões em negócios.