Após ser controlado com mão de ferro nos últimos anos pelo ex-deputado federal Pedro Henry, que se encontra preso em regime semiaberto por participação no escândalo do mensalão, o Partido Progressista (PP) encara uma nova fase em Mato Grosso. A legenda agora é presidida no Estado pelo deputado federal Ezequiel Fonseca e que tem como figuras políticas de peso como o vice-governador Carlos Fávaro e o empresário do agronegócio, Eraí Maggi.
Em 2010, o partido viveu o seu auge com a quantidade expressiva de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos que permitiram ao partido ser considerado o fiel da balança do processo eleitoral. Naquele ano, o PP se aliou ao PMDB e indicou Chico Daltro para ser candidato a vice-governador na chapa encabeçada pelo peemedebista Silval Barbosa.
No entanto, dois anos depois, o partido perdeu expressividade em Mato Grosso com a saída do partido do então presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, para fundar o PSD. A legenda fundada nacionalmente pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, atual ministro das Cidades na gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), abrigou a maioria de filiados do PP e do DEM que buscavam proximidades mais estreitas com o governo federal.
Para 2016, a meta do partido é alcançar um bom resultado nas urnas para ser incorporado ao rol dos partidos mais fortalecidos de Mato Grosso. “O PP está aberto ao diálogo com os segmentos sociais e desejamos aumentar a representatividade com vereadores, prefeitos e vice-prefeitos oferecendo novas opções à sociedade”, disse Ezequiel Fonseca.
O parlamentar ainda ressaltou futuramente o PP pode até mesmo pleitear uma vaga na disputa majoritária. “O partido está caminhando a um processo de fortalecimento. Lideranças novas como Carlos Fávaro e Eraí Maggi podem ser uma opção ao governo do Estado ou Senado em eleições futuras. Mas cada coisa no seu tempo, o momento é de apoio a gestão estadual e não alimentar especulação ou precipitação”.
Enquanto renasce em Mato Grosso com novas lideranças, o PP enfrenta, nacionalmente, um desgaste interno muito forte. O partido lidera com folga o maior número de políticos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de participação no esquema de desvio bilionário da Petrobras, conforme revelado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal.
O pedido de investigação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atinge 33 políticos do PP, sendo seis somente do Rio Grande do Sul. Na relação também consta o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PP/PI).
Ana Coxipo
Sábado, 18 de Abril de 2015, 12h27Laiz Monteiro
Sábado, 18 de Abril de 2015, 10h06