Minutos antes de começar o jogo entre Santos e Atlético-MG pelo Campeonato Brasileiro na Arena Pantanal, neste domingo, o motorista da Secretaria de Estado de Comunicação (Secom), Francisco Monteiro da Silva, de 63 anos, passou mal no estádio. Ele foi socorrido, mas, como o elevador não estava funcionando adequadamente e não havia outro maior, onde coubesse a maca, a equipe médica teve que descer carregando o paciente pela escada, com muita dificuldade. Foi necessário chamar reforço para darem conta do peso.

Francisco teve uma tontura e desmaiou no terceiro andar, próximo à sala da imprensa, sendo resgatado pelo Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O motorista sofre de labirintite crônica e passa bem, mas o caso chamou a atenção para a importância de um serviço médico eficiente no estádio.

O médico intensivista Fábio Liberali, coordenador da Câmara Temática de Saúde da Arena, avaliou que o atendimento ao motorista foi correto. "Ele teve uma tontura, caiu e machucou a mão direita. Por isso, estava imobilizado, na maca. E foi levado ao posto mais próximo", afirmou.

Na Arena Pantanal há nove postos médicos, sendo oito para atendimento ao público e um específico para os jogadores. Na hora em que o motorista passou mal, conforme relatou Liberali, havia 130 profissionais da saúde na Arena, entre socorristas, técnicos em enfermagem, enfermeiros e médicos. "Esse é o padrão exigido pela Fifa", assegurou o intensivista.

Assim como o motorista, outras 17 pessoas passaram mal só no jogo desse domingo. Por conta disso, Liberali destacou a importância de um serviço médico rápido e eficiente para atender desde os casos mais simples aos mais complexos. "No primeiro jogo na Arena, um homem infartou. Estádio é um lugar onde realmente podem acontecer essas situações, e precisamos estar preparados. Nosso protocolo exige que a gente leve um paciente em 3 minutos para um posto de atendimento, e cumprimos. Nós temos quatro leitos de UTI aqui dentro".

Perguntado se seria necessário um elevador na Arena onde caiba uma maca, o médico respondeu: "aí, eu não sei". O superintendente de Projetos Especiais da Arena Pantanal, Maurício Estrada, garantiu que o estádio tem uma dimensão que não impõe essa exigência.

Problemas são solucionados antes de entrega à Fifa

Três outros jogos-testes na Arena Pantanal apontaram vários problemas a serem resolvidos antes do Mundial, alguns deles já estão solucionados. A limpeza geral na Arena, principalmente para a retirada de entulhos da construção civil pesada, já foi feita.

Um dos problemas que se arrastou nos últimos meses também já está resolvido. Todas as 41.390 cadeiras estão instaladas. No nível quatro, está sendo ainda organizado um espaço para a imprensa, já que a expectativa é da chegada de milhares de jornalistas do Brasil e do mundo.

A Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) conduziu a organização deste último jogo-teste, e agora a Arena Pantanal ficará fechada aos cuidados da Fifa até 13 de junho, quando voltará a abrir as portas, com casa cheia, para o jogo da Copa entre Austrália e Chile. Além dessa partida, a Arena Pantanal irá sediar mais três jogos: Nigéria x Bósnia, Coreia do Sul x Rússia e Japão x Colômbia.

A entrega oficial do estádio à Fifa está marcada para a próxima quarta-feira (21), mas sem formalidade - será apenas uma transmissão simbólica. O secretário chefe da Casa Civil do governo de Mato Grosso, Pedro Nadaf, explicou que a Fifa fará várias adequações no estádio. "Vai, por exemplo, trocar as faixas publicitárias no entorno do campo por um sistema de comunicação digital".

Segundo Nadaf, falta muito pouca coisa para a finalização da Arena. Ele informou que o governo do Estado já começa a estudar o modelo de concessão da Arena, no pós-Copa. Segundo ele, vários grupos empresariais de Mato Grosso e de outros lugares do Brasil já manifestaram interesse em participar da licitação.

O governo ainda não divulgou exatamente quanto custará a manutenção mensal da Arena Pantanal, depois que passar o Mundial. O secretário da Secopa, Maurício Guimarães, já informou à imprensa local que o valor se aproxima à casa dos R$ 200 mil.