Mundo Quinta-Feira, 31 de Julho de 2014, 02h:29 | Atualizado:

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Dilma evita falar em reforma, mas defende redução de imposto

 

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Em sabatina promovida pela indústria nesta quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff, candidata pelo PT à reeleição, evitou prometer uma reforma tributária, mas defendeu uma redução parcial de impostos. O tom difere do de seus principais adversários – Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) –, que prometeram envio de uma proposta de reforma nos primeiros dias de um eventual mandato.

“Se a reforma não ensejar acordo, nós iremos por parte”, disse a presidente. “Sem reduzir o custo tributário, sem torna-lo mais próximo dos custos tributários dos países que concorrem conosco, não seremos competitivos”, explicou.

Em entrevista após o diálogo com os empresários, Dilma disse que no primeiro ano de mandato há mais capital político para articular uma reforma tributária, mas ressaltou que aprovar um projeto complexo tende a ser mais difícil.

“É uma questão que não envolve só Congresso, mas a federação: governadores e prefeitos. É uma discussão sobre repartição tributária, além de ser uma discussão sobre a incidência de impostos sobre indivíduos e sobre empresa”, disse. “É muito mais difícil você passar uma reforma integral porque o processo negocial é complexo”, acrescentou.

Última participante do “Diálogo da Indústria com Candidatos à Presidência da República”, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Dilma dedicou a maior parte das suas intervenções para resgatar o que fez em seu mandato. À plateia empresarial, a presidente e candidata destacou que as desonerações feitas não comprometeram a robustez fiscal e que o subsídio do crédito o tornou mais competitivo.

Dilma também se comprometeu a combater a burocracia, mas rechaçou a ideia de presença mínima do Estado. “Nenhum país chegou a tornar-se uma nação desenvolvida sem acabar com as amarras do Estado anterior”, disse. Em seguida ela negou que estivesse defendendo o Estado mínimo, que ela classifica como “uma loucura”. “O dia que contarem sobre o Estado mínimo, vou contar sobre a NSA (Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos, na sigla em inglês)”. A presidente se referia à agência americana que, mesmo lidando com informações confidenciais, conta com um expediente de funcionários terceirizados.

Ao ser indagada sobre a infraestrutura, Dilma Rousseff reconheceu que o cenário não é dos mais satisfatórios. “Também não estou feliz com a questão do ritmo dos investimentos em infraestrutura”, disse. Ela, no entanto, usou a retórica da “herança maldita” para justificar o ritmo lento de investimentos no setor, estimado em 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.

“Nós somos herdeiros de uma situação ruim do ponto de vista público e privado”, justificou. Ela explicou que o País, por muito tempo, perdeu a cultura de fazer projetos e planejamento e também que essa realidade desmobilizou empresas e profissionais da área de engenharia. Também afirmou que foi nos governos do PT que o crédito de longo prazo voltou. Antes, segundo ela, o máximo de parcelamento era de sete anos, que é incompatível para financiamento de grandes obras.

Dilma ironiza tucanos sobre número de ministérios

A presidente também ironizou as críticas da oposição aos números de ministérios. O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, fala em cortar pela metade as 39 pastas, mas evita afirmar quais seriam extintas.

“Querem acabar com o quê? Com o status de ministério que tem a Secretaria de Políticas para as Mulheres? Por quê? Por que o status permite o empoeiramento das mulheres quando se trata no combate da violência contra a mulher? A de Direitos Humanos? Estão querendo acabar com o status de ministério da Secretaria de Direitos Humanos? Então não vamos dar tanto respaldo de criar um programa de combate à tortura no Brasil?”, questionou. “Eu gostaria de saber. não pode ser o da Educação, não pode ser o da Cultura. Me digam qual é que eu respondo concretamente”, concluiu.

Ao responder a pergunta sobre a quantidade do número de ministérios, Dilma citou o episódio de quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sentou na cadeira de prefeito na véspera da eleição para a prefeitura de São Paulo em 1985, quando foi derrotado pelo ex-presidente Jânio Quadros. O eleito desinfetou o assento quando tomou posse.

"Eu tenho algumas superstições, eu não sento na cadeira de presidente no segundo mandato antes de ser eleita. Igual fizeram em outros tempos sentando na cadeira de prefeito antes de ser eleito”, afirmou, em tom irônico.

 





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