Um jornal italiano disse neste domingo que, em uma entrevista, o papa Francisco admitiu que cerca de 2% dos clérigos católicos, ou um em cada 50, seriam pedófilos.
Segundo o jornal La Reppublica, o pontífice disse que o abuso sexual de crianças era como uma “lepra” que infecta toda a igreja e pediu que o problema “seja confrontado com toda a severidade que demanda”.
“Há padres, bispos e cardeais entre esses 2% de pedófilos. Outros, em um número ainda maior, sabem (dos abusos), mas ficam em silêncio. Eles punem (os pedófilos), mas não explicam a razão”, teria dito o papa. “Para mim, essa situação é intolerável.”
No entanto, após a publicação do texto, o porta-voz do papa, Federico Lombardi, disse que a entrevista publicada pelo jornal não correspondia às palavras exatas do papa e que aquilo não era uma entrevista propriamente dita.
O porta-voz afirmou ainda que o jornalista não usou um gravador e que as frases do papa foram baseadas apenas na memória dele, e não na transcrição de uma gravação.
O analista da BBC para assuntos do Vaticano em Roma David Willey disse que é recorrente haver uma ambiguidade planejada nas declarações feitas pelo papa em ocasiões em que não há um discurso pronto.
Willey também questionou o argumento do porta-voz do papa de que não foi uma entrevista: “Desde quando uma entrevista papal não é uma entrevista?”