Mundo Sábado, 08 de Fevereiro de 2025, 18h:00 | Atualizado:

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TADALAFILA

Riscos do remédio para ereção que virou febre no pré-treino

 

G1

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"Sabe qual é o segredo pra aguentar a noite todinha?/Tadalafila, tadalafila." Esses são versos de Tadalafila, música lançada por Alanzim Coreano e Os Barões da Pisadinha em 2023.

Curiosamente, essa não é a única canção a mencionar o nome desse remédio: uma rápida pesquisa no Spotify com os termos "tadalafila", "tadala" ou "tadafilado" traz mais de uma centena de resultados de diferentes gêneros musicais. Além do cenário artístico, esse fármaco prescrito para tratar a disfunção erétil também virou alvo de muitos memes, conteúdos de redes sociais e esquetes de comédia.

E tudo isso acontece no mesmo momento em que as vendas desses comprimidos em farmácias disparam: um levantamento feito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a pedido da BBC News Brasil revela que foram vendidas 21,4 milhões de caixas de tadalafila no país em 2020. Três anos depois, esse número havia subido para 47,2 milhões.

No primeiro semestre de 2024 (o dado mais recente disponível), 31,1 milhões de caixas da medicação foram comercializadas. Se essa tendência permanecer inalterada durante os últimos seis meses do ano passado, isso significa que as vendas de tadalafila praticamente triplicaram no Brasil num período de quatro anos.

Já um relatório da consultoria Close-Up International aponta que a tadalafila ficou em terceiro lugar entre as moléculas mais vendidas no ano de 2024, atrás apenas de losartana e metformina. No total, ela gerou uma receita que supera R$ 1,2 bilhão no ano passado — e apresentou o maior crescimento nas vendas de um ano para outro entre os 20 primeiros colocados neste ranking.

Por trás da crescente popularidade, é possível encontrar até alegações falsas de que esse fármaco ajuda a ganhar músculos entre quem faz academia. Entenda a seguir como esse remédio realmente funciona, quais são as suas indicações e os riscos de usá-lo sem a orientação de um profissional de saúde.

A volta do pênis ereto

A dificuldade para ter ou manter uma ereção por conta de problemas fisiológicos era uma realidade praticamente intransponível para homens que sofriam de impotência sexual até meados dos anos 1990.

Mas esse cenário mudou completamente a partir de 1998, quando surgiu a sildenafila — o popular Viagra — o primeiro fármaco de uma classe que prometia a volta das ereções.

Pouco tempo depois, já no início dos anos 2000, surgiu a tadalafila. À época, ela era vendida sob o nome comercial Cialis, mas hoje em dia é possível encontrar diversas opções de genéricos com esse princípio ativo.

Existem algumas diferenças entre esses fármacos. Enquanto a sildenafila deve ser tomada algumas horas antes de uma relação sexual prevista, a tadalafila permite um uso contínuo, todos os dias. A

segunda medicação também possui uma ação mais prolongada, de cerca de 36 horas (ante 4 horas do Viagra).

Mas como essas moléculas funcionam na prática?

O médico Luiz Otávio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, explica que, em linhas gerais, esses medicamentos atrapalham a ação de uma enzima chamada fosfodiesterase tipo 5, ou PDE5.

"A PDE5 inibe a ereção. Portanto, quando essa enzima é inibida pela tadalafila, isso permite que o pênis volte a ficar ereto", detalha ele.

Vale explicar aqui que o órgão sexual masculino é formado por corpos cavernosos. E essas câmaras precisam ser preenchidas por sangue para que ocorra a Ereção.

E, para que esse processo aconteça, é necessário um relaxamento dos músculos que envolvem os vasos sanguíneos.

"Isso permite que mais sangue chegue à região", explica a farmacêutica Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

E é justamente esse aporte extra de líquido vermelho que deixa o membro duro e pronto para a relação sexual.

Remédios como a tadalafila, portanto, agem nesse sistema. Eles inibem uma molécula que "atrapalha" a ereção e garantem o relaxamento de músculos e vasos, para que o sangue preencha os corpos cavernosos.

"Mas os comprimidos são apenas facilitadores desse processo. É preciso existir desejo e estímulo para que a ereção realmente aconteça", pontua Torres.





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