Opinião Quinta-Feira, 12 de Setembro de 2024, 11h:57 | Atualizado:

Quinta-Feira, 12 de Setembro de 2024, 11h:57 | Atualizado:

Ricardo Augusto de Oliveira

A vergonha chamada: situação eterna da Defesa Nacional

 

Ricardo Augusto de Oliveira

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Venho hoje me expressar, pensando na atual situação político militar brasileira. Pensando na atual situação mundial de conflitos e rumores de conflitos armados; bem como na situação da Venezuela, nossa vizinha, que irá se tornar em conflito interno e externo em poucos anos, sem dúvida alguma, e que irá também sem dúvidas arrastar nosso governo junto a ele no aspecto.

Falamos aqui dos imigrantes e o custo que ocasiona a nação, bem como possibilidade de envolvimento militar, já que precisaremos no mínimo evitar que nosso solo seja utilizado por qualquer nação. Se bem que seria importante mostrar ao mundo de uma vez, e para a nação como um todo, a vergonha que será não estar preparada para sequer nos defender da Venezuela.

Desejo ver o que o governo brasileiro fará quando o governo venezuelano invadir a embaixada argentina que está hoje em posse brasileira, e sequestrar os seis opositores que estão asilados lá. Isso seria legalmente uma invasão a território nacional, invasão hostil, militar. Vamos fechar os olhos e dizer que a cinco segundos antes a responsabilidade havia sido entregue a outra nação qualquer? Já não basta os constantes calotes financeiros, precisamos ser chacoteados ainda mais?

OBS: não sou a favor da invasão na Venezuela, nem de qualquer intervenção lá. Mas não sou a favor de ser uma país “Potência Regional” no papel e de ter nossos valores e respeito considerado piada, ainda que por uma nação vizinha não inimiga.

Seja qual fosse o governo no poder, a nação deveria estar em primeiro lugar.

Digo isso sem medo das críticas que virão, há anos acompanho os infinitos e intermináveis programas de desenvolvimento e investimento militar que o país toca e que nunca terminam, nunca geram produto a nação, nunca viram armamento para nossas tropas ou quando muito em poucas quantidades. Isso é notório até mesmo entre os militares que leem e registram comentários nos diferentes portais de informação a respeito dentro e fora do país.

Nossos meios navais, terrestres, aéreos, tanto os de grande valor (embarcações, tanques e blindados, caças leves que sejam) são: quantidade ínfimas; desatualizadas; algumas em quantidades sem condições reais para seu emprego/uso; e mal distribuídas pelo território nacional.

Não temos uma fábrica de balas que esteja atuando na produção de meios, sob alegação de que não seria necessário e prudente ter estoque de equipamentos nos quartéis. Mas, será que teríamos o suficiente para iniciar uma defesa (não falo de ofensiva)? Se não, quantos anos seriam necessários para tal, veja a Ucrânia (que estava inclusive se preparando há anos devido a primeira invasão Russa).

Será que vamos esperar o país pegar fogo e então implorar por empréstimos, recursos sucateados e apoio moral dos EUA ou mesmo da China ou Rússia caso tenhamos mudado de visão ideológica na nação?

Quantos mísseis explodindo na nação; mortos na fronteira; sabotagens em diferentes regiões; estupros em vilas, bairros, capitais iremos esperar acontecer para que nossos governantes acordem? Irão eles se refugiarem em outra nação na hora que tudo começar a acontecer? Levarão suas filhas, esposas e amantes, irmãs e sobrinhas?

Pesquisei rapidamente nos noticiários mais atuais a respeito do orçamento das Forças Armadas e só vejo críticas, seria um “complô da esquerda contra a nação?” Se sim, desde FHC? Ou será que no fim a mídia sempre esteve certa ao dizer há poucos anos que o país não teria munição para no mínimo “uma hora de guerra”?

Atenção, não estamos precisando mobilizar homens e mulheres para frente de batalha hoje, o que precisamos é de seriedade para planejar uma defesa de verdade, sem planos mirabolantes de aquisições e desenvolvimentos que só nos trazem vergonha. Se não perceberam, a Ucrânia está sobrevivendo com drones e fuzil; o Iraque, o Afeganistão, sofreram por longos mais de 10 anos com fuzil e carros comuns. Desejamos o mesmo?

Iremos defender nossa nação com Tucanos e R99? Sério isso? Com M116 e Guerreiros da selva? Meia dúzia de embarcações que nem chegam até o real local do conflito? Defenderemos dos enormes mísseis da nação vizinha usando uma chuva de mísseis do Astro 2020 (que nem são desenvolvidos para isso, mas não temos outro meio)?

Qual a vergonha que nossa nação quer passar de lição para as gerações futuras?

Veja o que encontrei de noticiário ATUAL:

Segundo a CNN Brasil - Brasil gasta 78% do orçamento militar para pagamento do pessoal da ativa, da reserva e pensões; à conta somará R$ 77,4 bilhões em 2024. Gasto militar com pessoal no Brasil é, proporcionalmente, mais que o triplo dos EUA.

A informação não é diferente da apresentada no Relatório Setorial da Defesa no Orçamento de 2023 que aponta carência de recursos para institutos militares Fonte: Agência Câmara de Notícias.

Já o noticiário Brasil de Fato notícia - Sequestro Orçamentário: a relação das forças armadas com os recursos públicos no Brasil. O Exército gastou mais de R$ 60 bilhões em 2023 com pessoal da ativa, da reserva e reformados.

Vejam agora o vergonhoso detalhamento que o próprio Portal da Transparência do governo federal traz a respeito dos gastos militares nas três forças https://portaldatransparencia.gov.br/orgaos-superiores/52000-ministerio-da-defesa e me diga se isso é o que se espera para uma nação que busca a paz e se prepara para guerra, como sempre nossos políticos e gestores gostam de verbalizar.

Espero que um dia nossos governantes tomem vergonha na cara e façam alguma coisa para mudar esta situação. E que não seja necessário passar vergonha mundial (ou pior, sofrer uma agressão) com o caso da Venezuela.

Que Deus nos abençoe.

Ricardo Augusto de Oliveira





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