Dando sequência à nossa série de artigos sobre a ideação suicida de maneira leve e de fácil entendimento sobre essa questão tão séria que acomete milhares de pessoas no Brasil, para que assim você leitor tenha consciência do que fazer caso isso ocorra próximo a você. Hoje falaremos um pouco sobre a faixa etária que mais há incidência de casos no Brasil e no mundo.
A adolescência é a fase caracterizada pela construção de identidade, transformações corporais, maturação da sexualidade e escolhas profissionais que são questões que envolvem esta fase da vida que muitos designam como "a fase das descobertas". Tais novidades de uma só vez nem sempre chegam como algo feliz, pois é nessa fase também que muitos jovens buscam se incluírem em determinados grupos e são excluídos ou mesmo ocorrem a prática de Bullying.
Há também a importunação/assédio/abuso sexual, práticas de preconceitos étnico-racial dentre outros tipos de práticas excludentes que quando internalizadas pelos adolescentes podem levá-los a acreditar que "eu não mereço está nesse mundo", "não quero mais ver ninguém", "tenho raiva do mundo", dentre outros pensamentos que leva-os a ideação suicida.
A fase de descoberta pode virar a fase que o sujeito não queira mais interagir com o mundo devido às agressões sofridas nas tentativas anteriores. Segundo as pesquisas o suicídio é a segunda maior causa de morte no mundo entre crianças e adolescentes, a ocorrência entre adolescentes e adultos jovens de 15 a 29 anos cresceram muito nos últimos anos se tornando a faixa etária mais atingida: nas mulheres ocorrem casos, mas a ideação suicida somatizado a transtornos depressivos entre os homens os levam mais ao ato de suicidar-se.
É preciso um olhar atento dos pais/cuidadores, educadores e de toda a rede de apoio envolvido com o adolescente, o estabelecimento de diálogo e a observação das mudanças de comportamentos são de fundamental importância para a prevenção e cuidado; busque sempre a opinião de profissionais que atuam na área de saúde mental para entender se aquele comportamento apresentado está em conformidade com a fase ou se tem algo que deve ser melhor entendido.
Na dúvida vale a pena fazer uma sessão psicoterápica preventiva com um profissional de Psicologia para assim termos a certeza se é algo normal da fase ou se será algo que necessita de um suporte psicológico para superação.
Nailton Reis é Psicólogo clínico, especialista em Neuropsicologia cognitiva comportamental, avaliação psicológica e psicologia do trânsito
Todo mundo com tempo sobrando né?
Quarta-Feira, 18 de Setembro de 2024, 12h14