Opinião Segunda-Feira, 19 de Dezembro de 2022, 17h:58 | Atualizado:

Segunda-Feira, 19 de Dezembro de 2022, 17h:58 | Atualizado:

Júnior Leite

Cuiabá começa uma revolução na gestão dos resíduos sólidos

 

Júnior Leite

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Trabalhar com a questão do descarte de lixo é apenas um dos pilares quando falamos de fecharmos o aterro sanitário. Realmente, Cuiabá merece uma gestão dos resíduos sólidos à altura de uma capital, até mesmo porque o atual aterro, localizado na Grande CPA, representa uma “ferida” ao meio ambiente e um grave problema para a saúde da sociedade.

 

Todos sabem que o encerramento da unidade foi, durante longos anos, um sonho da atual gestão, mas como disse, diversos outros aspectos devem ser levados em conta, e um deles é a questão social. Venho ouvindo, desde que assumi a pasta da LIMPURB e com a aprovação do Plano Municipal de Gestão Integrada do Resíduos Sólidos, o questionamento do porquê o lixão ainda estar em funcionamento e quanto isso representa um retrocesso no âmbito da sustentabilidade.

 

Sim, nós sabemos isso, mas o que muita gente acaba não levando em conta é o fato de 300 catadores de recicláveis, que operam na área de maneira informal, terem do lixão a sua única forma de sustento. A atual gestão sempre olhou para todos os lados, e não podíamos deixar esses cidadãos desamparados. Está aí um dos motivos da espera. Sem contar que é preciso preparar “o terreno” para a nova estrutura, essa de primeiro mundo.

 

Depois de muitas articulações, e entendendo que esses catadores não poderão atuar no novo espaço até se organizarem em uma cooperativa, nós realizamos um cadastro prévio dos trabalhadores para que eles possam receber uma indenização de dois salários mínimos. A Prefeitura de Cuiabá também articulou com o Governo Federal a construção de 50 casas para serem sorteadas entre os catadores.

 

Para atender esses profissionais e concluir o espaço, o processo de transição será executado de forma gradativa até março de 2023. A nova estrutura, denominada Ecoparque Pantanal, está localizada no Pedra 90 e será o primeiro da região Centro-Oeste voltado a dar destinação ambiental correta aos resíduos descartados.

 

E quando falo isso não é mera formalidade. Realmente o novo Centro será uma revolução para Cuiabá, com uma série de tecnologias aplicadas que reduzem a emissão de gases de efeito estufa e ajudam na separação dos resíduos com potencial para reciclagem. Sem contar a destinação correta do rejeito e do processo de tratamento do chorume que, ao final, é transformado em água de reuso.  O Ecoparque ainda gerará energia renovável, créditos de carbono e combustível derivado de resíduos.

 

E voltamos à questão social, o que fazer na área do antigo lixão?

 

Depois de recuperar o espaço, o território abrigará o Bosque da Vida e uma grande homenagem, o memorial das vítimas cuiabanas da Covid-19. Porque acima de qualquer meta, de qualquer número, existem pessoas que demandam dos nossos cuidados, e trabalhamos diariamente para isso.

 

Escrito pelo diretor-geral da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb) Júnior Leite

 





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Comentários (1)

  • Jandira Maria Pedrollo

    Segunda-Feira, 19 de Dezembro de 2022, 19h06
  • Para mim a verdadeira revolução na gestão dos resíduos sólidos só acontecerá quando pararmos de tratar a questão como municipal e encararmos como metropolitana. Quem suja Chapada dos Guimarães são os turistas cuiabanos de fim de semana. Outra questão é com relação a coleta seletiva. Até quando continuaremos coletando os recicláveis junto com o lixo úmido? Separação "in loco" é desumano, além de inutilizar vários materiais.
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