Um homem de 47 anos, morador da cidade de Sorriso (a 398 km de Cuiabá), registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil, acusando um advogado de apropriação indébita em um caso relacionado a uma indenização por danos morais, materiais e lucros cessantes. De acordo com o homem, o jurista "subtraiu" mais de R$ 300 mil de uma ação de indenização em decorrência das mortes de suas duas filhas e ex-esposa, vítimas fatais de um acidente de trânsito.

As meninas, Gabriela Conceição Vieira, de 13 anos, e Bruna Beatriz Conceição Vieira, de 8 anos, morreram em 11 de setembro de 2012, durante uma colisão entre um Fusca e uma S-10 na MT-242, em Ipiranga do Norte. Na ocasião, a ex-mulher do homem, Grinalda Maria da Conceição, de 28 anos, e um adolescente de 14 anos também perderam a vida.

Conforme informa o JK Notícias, em abril de 2023, o processo foi considerado procedente, levando à condenação do motorista da S-10 a pagar uma indenização. O homem afirma que, sem seu conhecimento ou autorização, o advogado firmou um acordo com o motorista condenado em maio de 2023.

Tal acordo previa que o motorista pagasse R$ 310 mil, sendo R$ 70 mil em dinheiro e o restante por meio de dois terrenos urbanos localizados em Itanhangá. A vítima alega que, após a celebração do acordo, o advogado não a informou sobre os detalhes e não repassou nenhum valor referente à indenização.

Segundo as informações disponíveis, o homem só tomou ciência do ocorrido no final de julho de 2024, ao descobrir que havia um débito em dívida ativa em seu nome relacionado aos terrenos que o advogado recebeu como parte do acordo. Ele relatou que tentou reaver o dinheiro, mas o ex-advogado apenas sugeriu a transferência dos terrenos, sem disponibilizar os valores em dinheiro.

Além disso, o homem afirma ter comprovantes que demonstram que o advogado recebeu os R$ 70 mil e que já iniciou o processo de transferência dos terrenos para seu nome na prefeitura de Itanhangá. A investigação sobre o caso está em andamento pela Polícia Civil.