A mãe de Douglas Gonçalves de Oliveira, conhecido como DG, Marinete Cardoso, e a esposa dele, a influenciadora Ingrid Karolyne, mais conhecida como 'Piradinha', estão pedindo Justiça após a morte dele em um confronto com policiais militares da Força Tática, em Cuiabá, na madrugada desta quinta-feira (30). DG, de 31 anos, era apontado como membro do Comando Vermelho e foi ventilado como cúmplice na fuga de Raffael Amorim de Brito, assassino do 3º sargento da Polícia Militar, Odenil Alves Pedroso, de 47 anos.

Marinete afirma que seu filho foi morto covardemente pela Polícia Militar e que ela vai acionar a Corregedoria. Ela também lamentou a morte de Marcos Vinicius da Silva Faria, de 24 anos, que estava numa caminhonete S10. 

"A Polícia Militar mata porque esse governador desgraçado manda matar. Invadiram minha casa e me bateram. A polícia para o carro e metralha o carro. O pai dele estava junto com ele. Fui em todas as delegacias e não achei ele. Uma hora da manhã, a polícia parando carro e metralhando. Minha nora estava no carro e deixou ela no meio do mato. Eu vou buscar Justiça. Há cinco meses atrás eu já tinha feito um boletim de ocorrência porque a polícia entrou na minha casa dizendo que iam matar meu filho e mataram. Eu vou deixar isso aqui gravado. Meu filho não tem nada a ver com isso. Ele e o amigo morreram, e o pai desapareceu. Quero ver o boletim", disse aos prantos.

Douglas foi identificado como um dos cúmplices de Raffael durante o depoimento de Pedro Henrique Pereira, de 32 anos, que foi preso em junho de 2024. Pedro, também membro da facção criminosa, revelou a localização de um dos líderes da organização, que morava com a mãe no bairro Novo Paraíso. 

Ele confessou sua participação na fuga do assassino, alegando que estava seguindo ordens de DG. Os policiais foram levados até a casa de DG, onde abordaram um homem de 19 anos e uma mulher de 50.

Durante a operação, a PM afirma que a mulher desacatou os policiais, e ambos foram encontrados com uma porção de maconha. A polícia foi informada de que DG havia mudado de cidade devido ao aumento do policiamento que buscava por Raffael.

"Vão dizer que ele estava armado? Eu não vou deixar impune. A Justiça da terra é falha, mas a de Deus não. Esse é o nosso governador. Quando vocês votarem nele para o Senado, votem nele para ele matar o povo. Eu não tenho como explicar a minha dor. Eu vou até os quintos do inferno. Vou para a Corregedoria porque a PM tem que parar de matar e parar de entrar nas casas para matar. Na minha casa, entraram mais de 20 policiais da Força Tática. Fui processada porque eles forjaram o boletim. Meu filho não matou ninguém", disparou a mãe.

A esposa de DG também criticou a ação da Força Tática. Em um vídeo, ela aparece chorando e pede Justiça.

"Me ajuda, gente, por favor. Eu peço a todos vocês, mães, que compartilhem o vídeo da Marinete. Vamos fazer Justiça. Quantas mães vão ter que chorar? O que eu vou falar por meu filho?", disse.

Ela também compartilhou um vídeo de um MC fazendo uma homenagem a DG. Além disso, clamou aos seguidores que encaminhem reportagenns envolvendo o marido para que a família dele monte um "dossiê" contra a imprensa.

Na filmagem, ela também chama os policiais militares de "pestes ruins" e "bandidos".  "Quero que vocês me mandem que nós vamos fazer um dossiê contra tudo, porque ninguém pensa nas pessoas que ficaram. Estão inventando várias calúnias, essas pestes ruins, que falam de bandidos, mas são mais bandidos que tudo", disparou a blogueira. 

Odenil foi assassinado com um tiro na nuca no dia 28 de maio de 2024. Raffael, que estava vestido de preto e usava capacete da mesma cor, pilotava uma motocicleta Pop 100. As investigações indicam que ele está escondido em uma favela no Rio de Janeiro.

EMBATE

Dois integrantes da facção Comando Vermelho  entraram em confronto com uma equipe da Força Tática do 1º Comando Regional na madrugada desta quinta-feira (30) em Cuiabá. Na ação, os suspeitos foram mortos. Uma submetralhadora e um revólver foram apreendidos.

Os criminosos foram identificados como Marcos Vinicius da Silva Faria, de 24 anos, e Douglas Gonçalves de Oliveira, de 31. Este último possuía diversas passagens e inquéritos criminais por tráfico e uso de drogas, além de ser identificado como liderança do Comando Vermelho.

De acordo com o boletim de ocorrência, os policiais da Força Tática receberam informações sobre um grupo de faccionados que estaria transitando pela avenida Historiador Rubens de Mendonça com armas de fogo. Segundo as denúncias, os criminosos estariam em uma caminhonete S10 de cor branca.

Os militares iniciaram patrulhamento e conseguiram localizar o veículo na região do Centro Político Administrativo. Ao darem ordens de parada e iniciarem a abordagem, os policiais foram recebidos com tiros vindos de dentro da caminhonete, que chegaram a atingir a viatura da equipe militar.

Os policiais revidaram a ação e atiraram contra os criminosos, que foram atingidos. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada e constatou a morte dos dois suspeitos. Com eles, foram apreendidas uma submetralhadora e um revólver de calibre 32.