Polícia Sexta-Feira, 26 de Setembro de 2014, 23h:24 | Atualizado:

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Jovem preso ilegalmente por estupro acionará garota em Cuiabá

 

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O jovem J. B. P. de 18 anos, vítima de uma falsa denúncia de estupro pela namorada, pretende processá-la por calúnia. A mentira contada pela ex-companheira, da mesma idade, fez com que o rapaz ficasse preso por 4 dias na Penitenciária Central do Estado (PCE), onde relatou que passou por humilhações e ameaças. Ele foi solto depois de a garota ter confessado ao pai, e ao delegado, que havia mentindo e que tudo aconteceu com o seu consentimento.

Já em liberdade, o rapaz espera que a garota arque com as consequências da mentira que criou. “Eu só quero que ela aprenda que não é assim que resolve as coisas”, afirma.

O drama de J. B. começou no dia 15 deste mês, no bairro Nova Canaã, quando ele esteve na casa da jovem para executar um trabalho de instalação de um ar-condicionado. Na ocasião, os pais da garota saíram da residência deixando ele em companhia da moça e mais um menino de 9 anos.

Ao retornarem, os pais flagraram o casal saindo juntos de dentro do banheiro da residência. Com medo da fúria do pai, a moça acusou o rapaz de estupro. Esse ato resultou na prisão em flagrante do rapaz.

“Quando ela falou isso eu levei um baque, não esperava que ela fizesse isso comigo. Eu já tinha falado para ela não ter medo de apanhar do pai, porque assim como eu sou homem de fazer também sou de assumir os meus atos”, alega o jovem.

Preso sob a acusação de estupro, o rapaz recorda os momentos que esteve na prisão. “Fiquei com medo, foi muito marcante. Tem dia que fico pensando nisso porque estuprador não tem vez”, desabafa. O receio de J. B. era de ser morto pelos demais presidiários que não admitem o crime.

O jovem também relata que sofreu agressões verbais durante a prisão e por agentes penitenciários da unidade, além de ser alertado sobre o que poderia acontecer com ele dentro do presídio.

“Eles falaram que eu ia acabar sendo estuprado, que eles iam me bater e matar. Fui muito humilhado na delegacia. Eu nunca me envolvi com polícia. Desde os meus 14 anos eu trabalho com meu pai para ter minhas coisas”, conta.

Para evitar qualquer agressão dentro da prisão, o rapaz ficou recluso na ala conhecida como a ‘dos evangélicos’. Dentro do cárcere ele foi aconselhado pelo pastor para que não revelasse o motivo pelo qual foi preso e em caso de questionamentos dissesse que havia infringido a “Lei Maria da Penha”.

J. B. conseguiu a liberdade depois de quase quatro dias preso. A sua liberação só foi possível porque o delegado responsável pelo caso, Sidnei Caetano, conseguiu concluído o inquérito policial antes do prazo de dez dias e enviado sua recomendação de soltura, dois dias depois do episódio, à Justiça.

Por se tratar de um suposto estupro, o processo tramitou na 4° Vara Criminal de Cuiabá em segredo de Justiça. Um dia após o recebimento, o juiz Lídio Modesto da Silva Filho, determinou a expedição do alvará de soltura no fim da tarde, mas a liberação só ocorreu no dia seguinte, dia 19.

Ao sair da PCE, o jovem foi recepcionado pelo pai. “Ele chorou muito e pediu para não voltar para casa, estava com vergonha e medo, então o levei para casa de um parente onde ele está até hoje”, conta o pai do rapaz.

Seis dias depois de conseguir a liberdade, o rapaz relata que agora carrega o estigma de estuprador e teme sair da casa sem uma companhia e ser linchado. “Ainda me lembro de tudo e não consigo dormir, se alguém bate na porta eu fico assustado, não quero ir para rua, morro de vergonha”.

J. B. também lamenta a perda de algumas amizades e o julgamento das pessoas. “Muitas pessoas não sabem o que aconteceu e me julgam, me culpam. Tenho amigos que não falam mais comigo. Julgam sem saber de nada. [Estuprador] é uma imagem forte. É uma imagem que marca muito. Tenho medo de ser linchado”, desabafa.

Além de fazer com que a ex-parceira arque com as consequencias da mentira o rapaz também pretende refazer sua imagem. “Vai ser difícil encontrar serviço agora. Assim como eu, a minha família toda pode ser julgada, maltratada. A minha imagem foi para ralo, eu não tenho mais ela. Não sei se vou regatar, mas quero que ela aprenda”, assevera.

Calúnia - De acordo com o Código Penal caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime, gera pena de detenção de seis meses a dois anos e multa.





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