Após o crime bárbaro que chocou Mato Grosso no último final de semana, no qual a candidata a vereadora de Porto Esperidião, Rayane Alves Porto (Republicanos), de 28 anos, e a irmã dela, Rithiele Alves Porto, de 25 anos, foram sequestradas, torturadas e mortas a mando de um membro do Comando Vermelho, que está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), o governador Mauro Mendes (UB) admitiu que houve falha no sistema prisional. Além de 'dar a ordem' para matar as jovens que, supostamente, teriam feito um gesto com a mão em referência à facção rival Pimeiro Comando da Capital (PCC), o presidiário Norivaldo Cebalho Teixeira, vulgo Tuta ou Mercúrio, assistiu a toda tortura que as irmãs passaram.

Elas foram espancadas, tiveram dedos e cabelos arrancados e por fim foram mortas a golpes de faca. Ao todo, 12 pessoas foram presas, entre elas cinco menores de idade. Nesta quarta-feira (18), Mendes admitiu a falha no sistema prisional e garantiu que cobrou do secretário de segurança pública (Sesp-MT), coronel César Augusto Roveri, uma investigação dura. "Com certeza houve [falha], e está sendo investigado. Digo mais, está sendo investigada de forma dura", enfatizou. 

A Pasta informou ainda que isolou o criminoso na PCE e investiga o uso de telefone celular para ordenar os assassinatos. Até o momento, quatro suspeitos tiveram suas prisões em flagrante convertidas em preventiva. Os cinco adolescentes apreendidos deverão cumprir medida socioeducativa. 

Mendes aproveitou o assunto para novamente criticar as "leis frouxas" do país. "O que está acontecendo no Brasil é um absurdo. As nossas leis frouxas estão permitindo isso. O bandido está amedrontando a sociedade e tem gente em Brasília brincando, achando que nada está acontecendo. As pessoas fazem um sinal de brincadeira, de repente um bandido manda matar. Vamos esperar virar um país do narcotráfico dominado como alguns países da América Latina já viraram?", indagou o governador. 

 

Conforme divulgado na imprensa, os sequestradores obrigaram a Rayane - que era candidata a vereadora em Porto Esperidião - a fazer uma ligação ao candidato a prefeito em Porto Esperidião, Herculis Albertini (PSD). Na chamada, Rayane teria solicitado ajuda  financeira, no valor de R$ 100 mil,  para ser libertada do cativeiro. O chefe do Palácio Paiaguás voltou a cobrar o Congresso Nacional leis mais duras para quem comete crimes. 

"Falo sempre sobre isso, agora não cabe a mim, governador, fazer lei, cabe a mim executar as ações do Poder Executivo. Quem faz a lei é o Legislativo, quem cumpre essas leis e faz cumprir é o Judiciário Brasileiro. Tem que ter uma revisão do Código Penal de 1940, algumas emendas e revisamentos foram feitos, mas estão muito distantes de serem um instrumento adequado para combater a atual realidade do crime no país", encerrou o gestor.