Polícia Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 21h:31 | Atualizado:

Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 21h:31 | Atualizado:

SIMULACRUM

MP denuncia 17 PMs assassinar 24 "inocentes" em Cuiabá; veja alvos

Promotores destacam letalidade das ocorrências policiais

THAÍZA ASSUNÇÃO
Midianews

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

simulacrum.JPG

 

O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou 17 policiais militares e um segurança particular pelo crime de homicídio contra Mayk Sanchez Sabino e tentativas de homicídio contra Rômulo Silva Santos e mais duas pessoas não identificadas. A denúncia é proveniente da Operação Simulacrum, deflagrada pela Polícia Civil em 2022, e que levou à prisão de 63 militares e um civil suspeitos de forjarem confrontos para cometerem execuções.

Segundo as investigações, o grupo teria atuado na morte de 24 pessoas, em Cuiabá e Várzea Grande, além da tentativa de homicídio de, pelo menos, outras quatro. O documento é assinado pelos promotores de Justiça Vinicius Gahyva Martins, Marcelle Rodrigues da Costa e Faria, Samuel Frungilo, Jorge Paulo Damante Pereira e César Danilo Ribeiro de Novais.

Foram denunciados os policias militares Altamiro Lopes da Silva, Antônio Vieira de Abreu Filho, Arlei Luiz Covatti, Diogo Fernandes da Conceição, Genivaldo Aires da Cruz,  Heron Teixeira Pena Vieira, Ícaro Nathan Santos Ferreira, Jairo Papa da Silva, Jonathan Carvalho de Santana, Jorge Rodrigo Martins, Leandro Cardoso, Marcos Antônio da Cruz Santos, Thiago Satiro Albino, Tulio Aquino Monteiro da Costa, Vitor Augusto Carvalho Martins, Wesley Silva de Oliveira, Paulo Cesar da Silva e o segurança particular Ruiter Cândido da Silva.

De acordo com a denúncia, o grupo agia através da ajuda de Ruiter, que  era o responsável por "selecionar" as pessoas que seriam mortas. Ele cooptava indivíduos dispostos a praticarem um delito patrimonial e os convencia de que seria um crime fácil e lucrativo. Inclusive, em alguns casos se dizia segurança do local e que facilitaria o roubo.

Entretanto, conforme a denúncia, tudo era armação. Ele conduzia os supostos criminosos para um local onde os policiais aguardavam para interceptá-los. Ali, simulavam um confronto para executar as vítimas, diz o MPE. “Em todos os casos, verifica-se que o responsável por selecionar as pessoas que seriam mortas (ditos ‘malas’) as escolhia a esmo e de acordo com suas impressões pessoais, e que os policiais militares envolvidos direta ou indiretamente nos homicídios sequer sabiam quem estava sendo executado”, diz trecho da denúncia.

Conforme a denúncia, as combinações entre Ruiter com integrantes da Polícia Militar teve início após um assalto ocorrido na residência do sogro dele e irmão de um coronel da PM. “A partir de então o denunciando foi apresentado a policiais militares para ajudar na identificação de autores de crimes, vez que transitava bem entre criminosos e, com o tempo, passou a ser orientado a se infiltrar no meio para repassar informações às ditas inteligências das unidades especializadas da Polícia Militar e a instigar indivíduos a cometerem crimes, a fim de serem impedidos pelos agentes de segurança pública, gerando assim, produtividade, respeito e promoções no meio policial”, diz trecho da denúncia.

“Conforme relatado, em dado momento a finalidade dessa parceria começou a mudar. Em vez de prender criminosos, Ruiter e os militares passaram a objetivar matar os supostos ‘bandidos’, como forma de promover seus nomes e os batalhões em que estavam lotados”, diz outro trecho da denúncia. Ainda de acordo com a denúncia, ao ser interrogado, Ruiter confessou a condição de cooptador e confirmou as suspeitas de que essas situações eram ‘armadas’ em conjunto com policiais militares, visando arrebatar indivíduos com ou sem passagens criminais. 

O homicídio contra Mayk e as tentativas de homicídio contra Rômulo e mais duas pessoas, conforme o MPE, ocorreu em 25 de maio de 2020, no Coxipó do Ouro. Conforme a denúncia, Ruiter contatou Valmir de Souza Oliveira, que seria comparsa de um certo José Luiz da Costa, conhecido como “Seu Zé”, para praticarem um roubo a uma mineradora, onde haveria valores e ouro para serem subtraídos.

De acordo com o planejado, Ruiter ficou de se encontrar com os “comparsas” no ponto final do bairro Três Barras, de onde seguiria em um Gol, de cor branca, guiando os demais, que estavam em uma Strada e uma caminhonete Hilux. No local marcado,  vários policiais militares abriram fogo pesado contra a Strada, vindo a matar o motorista (Mayk), enquanto o passageiro (vítima desconhecida), desembarcou do carro e conseguiu fugir embrenhando-se pelo mato.

Nesse ínterim, a caminhonete Hilux deu meia volta e evadiu-se do local, mas interceptada logo à frente pelos policiais militares que estavam escondidos no mato, os quais passaram a disparar contra o carro, que conseguiu passar e foi abandonado logo adiante, tendo seus ocupantes fugido pelo mato. “Embora não se saiba a quantidade e a identidade de todos que estavam na Hilux, a investigação policial apurou que, no mínimo, havia dois indivíduos no veículo, sendo um destes a pessoa de Rômulo Silva Santos, que ocupava o banco do passageiro, foi atingido por disparo de arma de fogo, vindo a perder metade do dedo, cujo pedaço foi encontrado no local”.

SANGRIA DESENFREADA

Ainda na denúncia, os promotores afimaram que salta aos olhos a escalada da letalidade nas intervenções policiais militares na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande. Conforme eles,  em 2023 mais de um a cada três homicídios foram cometidos por policiais militares. “Situação que torna urgente e necessária a atuação do Sistema de Justiça no sentido de estancar a sangria desenfreada e que mira setores específicos da sociedade, jovens que habitam as periferias, em geral marcados pela cor da pele e pela condição social de pobreza”, escreveram.

“A eficiência da polícia é dimensionada pela capacidade de evitar que os crimes aconteçam, e não pelo número de pessoas que ela mata. Polícia que mata é polícia ineficiente. Uma análise detida aos registros da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) demonstra uma escalada exponencial de mortes decorrentes de intervenção policial militar, em relação aos homicídios catalogados na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande, ao longo dos últimos anos, num incremento estarrecedor e indicativo da falta de controle e da ineficiência de parte do aparato policial”, pontuaram.





Postar um novo comentário





Comentários (12)

  • Até quando?

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 20h49
  • Senhores do ministério público coloquem esses inocentes para fazer segurança dos senhores!!! Tudo anjo
    1
    1



  • JOSEH

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 15h03
  • Inocentes? Conta outra kkkkkk
    2
    0



  • Kaique

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 11h26
  • Inocentes????? Sério mesmo jornaleco? Uma denuncia é uma apuração de fatos! Não tem nenhum julgamento concluído, e o MP sempre oferece denuncia quando coloca o termo "polícias* no meio, mas não oferece denuncia a políticos envolvidos com tráfico, nem aos cabeças de facções que estão mandando fazer chacinas no MT, inclusive em sorriso! Pq o MP não oferece denuncia contra os faccionados que foram matar outro e acertaram a cabeça de uma criança de 7 anos em Sorriso? Pq será né? Não sejam alienados com esses jornalecos! E com nosso judiciário.
    3
    0



  • Brasil

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 11h20
  • Ministério Público e Judiciário sendo a vergonha do Brasil. A maioria de esquerda, ganham 100 mil por mês e só trabalham em favor de bandido. Até quando vamos aguentar isso ?
    1
    2



  • Antônio

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 11h00
  • É Glauber vc deve ser um petista que vive de esmola, auxílio abóbora e pitador de maconha... A segurança pública transcendeu a prisão de vagabundos... Vc deve viver a Alice no país das maravilhas... O vagabundo tem que ter medo de ser morto... Só há o equilíbrio se houver execução de vagabundo.... O caos está tomando conta do País... Glauber vc para um burro só falta um par de orelhas!!! No dia em que um marginal executar friamente um ente seu vc vai lembrar do que estou falando... E fica tranquilo, pq do jeito que as coisas andam isso vai acontecer...
    2
    1



  • Carlão Ferreira

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 10h49
  • Todos os que morreram eram sujeitos com longa ficha criminal, portanto cheinhos de crimes e confiantes na impunibilidade pois sabem que as leis penais vigentes neste País são leis frouxas feitas a sombra da CF/88 constituição esta feita sem a menor racionalidade. Deu direito a todo criminoso, os transformou em "vítimas da sociedade" o que é uma afronta a todos os pobres honestos e trabalhadores do País. A pouco tempo ainda havia um MP mais severo mas de uns tempos para cá até um MP conivente temos. Não podia dar outra MP/TJ e por aí vai foram graduados em LFG(Luiz Flavio Gomes), Marilena Chaui, e tragicamente Paulo Freire, Tá aí o verdeiro "ovo da serpente"
    8
    3



  • Raul

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 10h20
  • Glauber não é só câmera, além das câmeras, tem que moralizar a polícia, policial que for pego comendo e bebendo de graça no comércio, recebendo favores de comerciante tem que ser punido, todos policiais civis, militares e bombeiros, incluindo agente carcerário, que trabalha, dirigindo viatura ou portanto arma de fogo, deveria ser obrigatório exame toxicológico uma vez por ano, e exame surpresa, (vc confiaria em um policial viciado, portanto arma fazendo sua segurança?)... deu carteirada para entrar em festa , show, boate de graça punição... tem que acabar com os maus costumes... não é só câmera...
    8
    4



  • O Vigilante

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 09h54
  • Sou absolutamente a favor de penas mais rigorosas para criminosos (inclusive prisão perpétua e pena de morte). Porém, é inadmissível que servidores públicos policiais se achem no direito de matar quem quer que seja (criminosos ou não). "Matar" não é atribuição da polícia! Bandido tem que ser julgado (duramente) pelo Estado e cumprir a sua pena. PS 1: para a instituição de "prisão perpétua" e "pena de morte", vamos precisar de uma nova Constituição; PS 2: ver gente defendendo que policiais possam matar "bandidos" livremente é muito sintomático da "barbárie civilizacional" em que vivemos.
    3
    5



  • Marcio paes

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 09h48
  • Aí sim pra isso que a população paga inposto pra ver a polícia mandar esses tranqueira ora vala esses policiais aí era pra receber Almentonde Salário e Patente MP pelo serviço prestado a sociedade .
    7
    2



  • Glauber

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 08h30
  • Ta Antônio, mas uma coisa não anula outra, larga de ser ORELHUDO.Uma coisa é uma coisa, outra coisa... A materia trata da denucia do MP de 17 policiais corruptos, bandidos. Isso é muito letal a sociedade porque se Instituições competentes não corta o mal pela raiz, e ficar só tapando o Sol com a peneira e fazendo vista grossa, vai virando um ciclo vicioso e as pessoas passam achar isso normal, como ja fazem.
    10
    13



  • Antônio

    Sexta-Feira, 28 de Junho de 2024, 07h32
  • "Polícia que mata não é polícia eficiente".... Ok! Mas e promotores que recebem iphones? Promotores que não investigam esses políticos ladrões de MT? Promotores que não investigam essas vendas de sentenças desenfreada em nosso Estado?? Promotores que criam e aumentam seus auxílios na calada ??? O que são? Para mim são corruptos!!!!
    39
    7



  • Glauber

    Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 23h37
  • E o Governador não quer de jeito nenhum Câmeras nas fardas de Policiais. E agora, vão falar o que? Hipocrisia ou Moralidade seletiva??...Ah sim, fato isolado, com 17 Pms julgando, condenando e executando até inocentes. Ou o Ministério Publico está errado?
    20
    26









Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet