Os alvos da Operação Contra Impetum deflagrada pela Polícai Civil nesta quinta-feira (16) contra faccionados do Comando Vermelho (CV) que participaram dos ataques a tiros no escritório e na casa de um advogado e também numa empresa em Lucas do Rio Verde (354 km de Cuiabá) foram identificados. São eles: Tallisson Santos de Sousa, vulgo Branquilin ou Mano Filho, líder do CV na região, Leonardo Dias Araújo, vulgo Gibi, Leo, Leopardo ou Murilo, Fabrício Henrique da Silva Pereira, Pedro Lucas Lima Silva, vulgo Boca ou Maresia, Mateus Amorim Rodrigues e Alex Marcelino Pinto, vulgo Patrão Rico.
Todos eles foram alvos de mandados de prisão cumpridos por policiais civis nesta quinta-feira. Fabrício Henrique da Silva Pereira, Mateus Amorim Rodrigues e Alex Marcelino Pinto também foram alvos de busca e apreensão.
A operação é uma resposta da Polícia Civil aos ataques ordenados por membros da facção criminosa contra três locais em Lucas do Rio Verde. Os mandados foram deferidos pelo juízo da 5ª Vara Criminal de Sinop, em combate ao crime organizado. O primeiro ataque ocorreu na madrugada do dia 1º de novembro de 2024, quando a sede da empresa “Agrícola Maripá”, de propriedade de Leandro Zavodini, foi alvo de vários tiros.
Uma testemunha que reside na parte superior do edifício, ao descer até o térreo, notou que os vidros da porta da empresa estavam quebrados devido aos tiros e encontrou 16 cartuchos de calibre 9 milímetros deflagrados.
O segundo ataque ocorreu na madrugada do dia seguinte. Os investigadores plantonistas foram informados pela imprensa de que um escritório de advocacia localizado na Avenida Universitária teria sido alvo de disparos de arma de fogo. No local, foram constatadas 13 perfurações por tiros na fachada do escritório do advogado Marco Antônio Mendes, atingindo paredes e vidros.
Conforme as investigações, tanto o empresário Leandro Zavodini quanto o advogado Marco Antônio Mendes foram abordados pelo aplicativo WhatsApp por Tallisson Santos de Sousa, conhecido também pelos apelidos “Mano Filho” ou “Branquilin”.
O advogado foi o primeiro a ser abordado, no dia 29 de outubro, uma terça-feira. Segundo o advogado, Tallisson apresentou-se como líder do Comando Vermelho (CV) e afirmou que o contato se devia à necessidade de Marco Antônio devolver um veículo recebido como pagamento de honorários. O empresário também recebeu ameaças por mensagens.
Reaver veículo e desistência de ação
De acordo com a apuração da Polícia Civil, o advogado atuou na defesa de duas pessoas presas em flagrante em outra ocorrência. Como pagamento pelos honorários, ele havia recebido um veículo. Contudo, o cliente tentou reaver o veículo, mesmo sem pagar os honorários combinados. Em uma das oportunidades, o cliente teria saído do escritório do advogado afirmando que resolveria a situação de uma forma ou de outra.
As informações reunidas na investigação indicaram que o cliente defendido pelo advogado fez contato com os criminosos que lideram a facção em Lucas do Rio Verde e pediu que empregassem alguma ação para fazer o advogado devolver o veículo usando, para tal fim, qualquer meio violento.
Além disso, o mesmo investigado também pediu aos criminosos que empregassem uso de violência contra o empresário para forçá-lo a desistir da ação judicial em andamento. Diante dos pedidos criminosos, os líderes da facção recrutaram os cinco suspeitos identificados na investigação para fazer os disparos contra os três locais.