O secretário de saúde do município de Jangada (80 km ao norte de Cuiabá), Hudson Miranda Beleza, foi denunciado por uma ex-servidora de assédio sexual e psicológico. Ela alega ter sido exonerada do cargo que ocupava e transferida para outro após negar as várias tentativas de se relacionar com ele.  

Em um boletim de ocorrência, vítima relatou que o assédio começou em setembro de 2023 quando foi contratada para trabalhar como secretária do gestor, como ela precisava do emprego por estar passando por uma situação delicada de saúde da mãe, fazia vista grossa e desconversava. Porém, a situação foi piorando e ficando cada vez mais descarada. 

"Ele sempre me assediou, me oferecia dinheiro a mais que o salário para eu poder ficar com ele, me convidava para passeios e diante das minhas recusas, chegou a me subir de cargo para me surpreender e convencer a se relacionar com ele", explicou.   

E uma das viagens a trabalho para Cuiabá, Hudson chegou a entrar em um motel com a vítima sem o seu consentimento. "Ele entrou no motel e me falou 'quero ver se agora você não irá ficar comigo', eu resisti segurando na maçaneta da porta do carro e ele só aceitou ir embora depois que eu disse que meu celular tinha um aplicativo que meu marido me rastreava", explicou. 

A servidora foi transferida para outro órgão municipal, porém ele a impedia de participar dos cursos e dos treinamentos para ter conhecimento sobre o assunto. 

"Ele fazia de propósito, só para eu ter que precisar dele nos eventos, tinha uma reunião em Poconé, ele disse que me daria 3 dias para eu pensar se queria ir com ele e depois iriamos para uma pousada, como neguei, ele me demitiu dizendo que eu não servia para trabalhar com ele", pontuou. 

Após ser exonerada do cargo, ela decidiu procurar a esposa do secretário, que atua como médica em um posto de saúde do município, para relatar o que vinha ocorrendo. Na ocasião, segundo ela, a esposa chegou a falar para ela procurar seus direitos, pontuando que a "Justiça funciona tanto para homem quanto para mulher". 

Porém, dias depois, durante o desfile cívico da cidade, a vítima foi agredida com um tapa no rosto pela esposa do secretário.  

"Estava com uma amiga e minha filha de 5 anos voltando do desfile cívico quando ela e a mãe dela apareceram. Ela me abordou, perguntou como eu estava e quando fui responder, fui agredida com um tapa no rosto, na frente da minha filha, que entrou em desespero", pontuou. Temendo pela segurança dela e da família, vítima representou contra o gestor no Ministério Público de Rosário Oeste. 

Outro lado

Reportagem do GD entrou em contato com Hudson, mas não obteve retorno, o espaço segue aberto para manifestação. A administração pública da cidade também foi procurada, mas sem sucesso.