O desembargador Luiz Ferreira da Silva, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concedeu habeas corpus ao ex-servidor da Câmara de Cuiabá e também promotor de eventos, Rodrigo de Souza Leal, e mandou expedir um alvará de soltura para Leal, que foi preso pela Polícia Federal (PF) no 5 de junho deste ano durante a Operação Ragnatela deflagrada para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro da facção criminosa Comando Vermelho (CV) que utilizava casas noturnas e teria movimentado pelo menos R$ 77 milhões. A decisão foi proferida em 21 de junho e impôs algumas medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica.
Conforme as investigações, entre as contas que mais movimentaram dinheiro foi a de Rodrigo Leal, que era coordenador de cerimonial da Câmara Municipal de Cuiabá . Entre 2018 e 2022, Leal movimentou R$ 27,2 milhões em suas contas.
Somente em 2022, a movimentação foi de R$ 14,2 milhões. Rodrigo foi exonerado pelo Legislativo no mesmo dia em que foi preso na operação da Polícia Federal.
Na decisão, o desembargador da Terceira Câmara Criminal destacou que o investigado foi preso para garantia da ordem pública, por supostamente fazer parte de uma organização criminosa voltada à prática de crimes que teriam ocorrido desde 2021. No entanto, o desembargador observou que, aparentemente, a participação de Leal cessou em meados de 2023. “Não há indícios de que Rodrigo continue atuando junto à organização criminosa, devendo, ainda, ser levado em consideração que não exercia papel de chefia dentro da associação criminosa”, escreveu o magistrado em trecho da decisão.
Após ganhar liberdade, o ex-servidor postou uma mensagem cristã nas redes sociais. "Se a prova pela qual você está passando te fez orar mais, te fez buscar mais a presença de Deus, te tornou mais confiante nas promessas que Ele te fez, apesar das circunstâncias dizerem o contrário, acredite! Esta prova é uma bênção para sua vida. A tristeza que te aproxima de Deus é melhor do que a felicidade que te afasta dele", publicou em seu Instagram.
Leal chegou a ser alvo de um "salve" determinado pelo 'Conselho Final' do Comando Vermelho em Mato Grosso (CV-MT). Ele foi punido por trazer um show com MC Daniel, cantor de funk de São Paulo, o que contrariava as diretrizes da facção criminosa original do Rio de Janeiro. Durante a realização do show, o artista foi hostilizado pelo público, que fazia continuamente um gesto com as mãos que faz referência ao Comando Vermelho. A hostilização se deve ao fato de MC Daniel ser originário do estado de São Paulo, local onde surgiu a facção rival denominada Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho usando quatro casas noturnas de Cuiabá envolvendo servidores públicos, promoters, o vereador Paulo Henrique (MDB), blogueiras e até policiais penais que facilitavam a entrega de celulares em um presídio para auxiliar na comunicação dos criminosos.
Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva, além de outros 36 de busca, nove sequestros de imóveis, 13 sequestros de veículos, afastamento de dois servidores públicos, suspensão de quatro atividades comerciais e bloqueio de 68 contas bancárias. A organização criminosa teria movimentado um total de R$ 77 milhões.
Valdo
Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 15h20Marcelo Pintinho
Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 15h12Janilson
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Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 13h35piada
Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 13h21Julio
Quinta-Feira, 27 de Junho de 2024, 13h16