João Silva do Nascimento, Esther Lorena Pimenta do Nascimento, Stella Pimenta do Nascimento, Daniel Victor Lima Bezerra e Naiara dos Santos Ramos são os alvos identificados na Operação Soldados da Usura, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) nesta sexta-feira (7). Esther seria uma empresária e Daniel é alvo de um mandado de prisão.
De acordo com o Gaeco, estão sendo cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em diversos estados, incluindo Mato Grosso, Rondônia, Acre, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso, a equipe do Gaeco executa três mandados de busca e apreensão em Cuiabá e um em Diamantino, onde já foi cumprido um mandado de prisão.
A operação tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa que busca obter vantagens financeiras por meio de empréstimos ilegais, praticando também crimes como extorsão, lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica, entre outros, que estão em investigação.
A fase ostensiva da operação visa cumprir nove mandados de prisão preventiva e 42 mandados de busca e apreensão, além de diversas outras medidas, que incluem a indisponibilidade de valores, imóveis, cotas sociais de empresas e veículos de luxo, totalizando R$ 73.655.246,00, conforme determinado pela Justiça Estadual de Porto Velho.
O Procedimento Investigatório Criminal teve início no Ministério Público de Rondônia, a partir de informações da Corregedoria-Geral da Polícia Militar do estado. Cópias de sindicâncias que indicavam crimes de usura e extorsão foram encaminhadas, levando ao aprofundamento das investigações.
Os levantamentos revelaram uma organização criminosa composta por indivíduos responsáveis por captar “clientes”, conceder empréstimos com juros exorbitantes e realizar cobranças utilizando violência e ameaças, inclusive com o uso de armas de fogo. Os investigados também se apropriaram de bens e valores pertencentes às vítimas, movimentando quantias expressivas em dinheiro, além de bens móveis e imóveis.
Subsequentemente, realizavam ações para ocultar a origem e localização dos bens e valores, movimentando o patrimônio ilícito em nome de empresas fictícias, formadas com documentos falsos e utilizando "laranjas". Além disso, converteram ativos irregulares em legítimos, investindo em veículos, imóveis e até na construção de uma draga para extração de ouro no Rio Madeira.
O nome atribuído à operação é referência ao modus operandi adotado pelos investigados, que empregavam força, ameaças com armas de fogo, violência física, comportando-se como uma legião de saqueadores, explorando e expropriando as vítimas para obter e acumular muita riqueza às custas do patrimônio alheio.