A vereadora cassada Edna Sampaio (PT) publicou um vídeo em suas redes sociais nesta quarta-feira (18) acusando a imprensa cuiabana de ser 'bancada por poderosos' e 'perseguir pessoas negras' na política por acompanhar e noticiar as informações relativas ao seu processo de cassação, as tentativas de retornar à Câmara de Cuiabá e a de viabilizar sua candidatura compartilhada com a assessora de imprensa Neusa Baptista e a ativista LGBTQIAP+ Daiely Cristina. No vídeo publicado em seu Instagram, Edna usa a imagem de sua ex-chefe de gabinete, Laura Natasha Abreu, depondo na Comissão Processante na qual afirma que a petista nunca pediu seu salário.

Contudo, Edna foi investigada e cassada duas vezes por pedir a verba indenizatória de Abreu. Ela perdeu o mandato sob acusação de promover um esquema de rachadinha da Verba Indenizatória com a ex-servidora que, antes do caso vir à baila, foi demitida grávida, gerando um prejuízo de R$ 70 mil à Casa de Leis, que teve que pagar indenização.

"Mesmo a Laura tendo dito categoricamente que nunca fez rachadinha que eu nunca pedi um centavo do salário dela eu fui cassada duas vezes pela Câmara de Cuiabá acusada de rachadinha sem provas e sem nem ao menos um testemunho e a imprensa, parte significativa dele continua veiculando matérias me vinculando à rachadinha", acusou a petista. Laura teria repassado R$ 20 mil ao esposo de Edna, o servidor estadual William Sampaio, que não tinha nenhuma ligação formal com a Câmara Municipal de Cuiabá. A vereadora teve o mandato cassado pela primeira vez em outubro de 2023, mas conseguiu reverter por meio de uma decisão judicial.

Em maio de 2024, a petista foi cassada novamente, e até então não conseguiu reaver o mandato. Após duas decisões desfavoráveis na tentativa de obter registro de candidatura, Sampaio mudou de estratégia e pediu para substituir o nome no registro oficial. 

Quem agora irá representar o "mandato compartilhado" será a militante e ativista Daiely Cristina. Ela também aparece na publicação acusando a imprensa cuiabana de ser "bancada por poderosos", sem citar nomes. "Como vocês puderam acompanhar, a imprensa, bancada pelos poderosos, reforçou a ideia de que a pessoa negra é corrupta. Vocês têm noção do quanto é difícil desmentir uma fake news quando a pessoa é negra, ainda mais quando não se tem padrinho políticos e nem financiadores poderosos", diz a militante. 

Ao final, Neusa aparece afirmando que a população não "comprou mentiras" e "todo mundo sabe que Edna é vítima de uma perseguição política". Enquanto isso, a vereadora cassada segue tentando retornar à Câmara Municipal de Cuiabá, até o momento, sem êxito.