Vereador Renivaldo Nascimento obteve apenas 9.415 votos

Pela segunda vez consecutiva, nenhum vereador de Cuiabá consegue se eleger deputado estadual. Após o acúmulo de desgastes por conta de escândalos de corrupção que culminaram na cassação do mandato de parlamentares, a Câmara Municipal não é mais considerada uma referência para impulsionar a carreira política. 

Nas eleições anteriores, foram eleitos deputados estaduais os ex-presidentes do Legislativo Wilson Teixeira, o Dentinho, Carlos Brito e Chica Nunes. O apresentador de TV, Walter Rabello, após exercer mandato de vereador, foi eleito em 2006 o segundo deputado estadual com o maior número de votos, o que correspondeu a 80 mil votos. 

Agora, a exemplo de 2010, a associação de vereadores de Cuiabá a disputa na Assembleia Legislativa remete ao fracasso nas urnas. Na eleição deste ano, quatro vereadores de Cuiabá disputaram vaga na Assembleia Legislativa. Trata-se de Allan Kardec (PT), Adilson Levante (PSB), Adevair Cabral (PDT), Renivaldo Nascimento (PDT) e Marcrean dos Santos (PRTB). O vereador Ricardo Saad (PSDB) foi candidato a deputado federal e também perdeu.

Após o resultado final, o petista Allan Kardec é o único parlamentar cuiabano que tem chances de futuramente assumir o mandato de deputado estadual. Com 14.858 votos, ficou na primeira suplência da coligação Amor a Nossa Gente composta pelo PT-PMDB-PR-PROS e PCdoB.

Em seguida, aparece o vereador Adevair Cabral que ficou na segunda suplência da coligação Coragem e Atitude para Mudar formada pelo PDT-PSDB-DEM com 14.825 votos. Por outro lado, Renivaldo Nascimento se manteve sem qualquer perspectiva ao somar 9.451 votos. Com desempenho mais abaixo aparece os vereadores Adilson Levante com 7.681 votos e Marcrean dos Santos com 7.173 votos. 

Também fracassaram nas urnas vereadores da legislatura passada como o ex-presidente da Câmara Municipal no biênio 2009/2011, Deucimar Silva (PP), que obteve 8.428 votos. De família tradicional de Cuiabá, Francisco Vuolo, ex-vereador, também não conseguiu se eleger ao atingir 12.781 votos.

Um dos pontos elencados pelos parlamentares para justificar a dificuldade de ganhar a eleição é a influência de políticos do interior e m Cuiabá, o que leva a rejeitar a tese de que seja o desgaste político o fator principal. “A força do agronegócio impulsiona muitas candidaturas a deputado estadual. Nesse contexto, é mais fácil um político do interior ganhar força política em Cuiabá do que nós termos projeção no interior. Vira uma disputa desproporcional”, avalia o vereador Allan Kardec.

Discurso semelhante é adotado pelo vereador Adevair Cabral que cita a força dos deputados candidatos à reeleição na Baixada Cuiabana. “Os parlamentares que buscam a reeleição concentram forças em Cuiabá porque é o maior colégio eleitoral. Daí, tem muito mais capacidade de aglutinar cabos eleitorais e contratação de pessoa. Esse é um fator que pesa contra nós”.