O promotor de justiça Arnaldo Justino, do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), passou todo o dia de ontem (30) colhendo depoimento dos acusados de envolvimento na suposta fraude em licitação na Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Setas), que culminou a deflagração da operação Arqueiro.
O Ministério Público não confirmou com quem foram realizadas as oitivas, no entanto garante que já identificou a participação de nove pessoas no esquema fraudulento. Os nomes dos envolvidos devem ser divulgados apenas após o oferecimento da denúncia à Justiça.
Entre os acusados estariam os proprietários das empresas Microlins e dos institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) e Concluir, bem como a ex-secretária da Pasta, a primeira-dama Roseli Barbosa. Nesta terça-feira (29) foram expedidos nove mandados de busca e apreensão, sendo a sede da Setas o principal alvo. Os agentes foram em busca de documentos contábeis, licitatórios, de liquidação e de prestação de contas referente a convênios firmados entre o Estado e institutos que promoviam cursos profissionalizantes, alguns voltados para a realização da Copa do Mundo.
A operação se deu em decorrência de investigações preliminares realizadas pelo Gaeco, em conjunto com o Núcleo de Ações de Competência Originária da Procuradoria Geral de Justiça (Naco), que apontam a existência de provável conluio entre servidores da Setas e funcionários dos institutos sem fins lucrativos para fraudar licitações e convênios.
O Ministério Público foi provocado após a divulgação de erros grotescos em apostilas que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovido pelo Palácio Paiaguás.
Após colher os depoimentos, o Gaeco passará a analisar os materiais apreendidos. Em alguns, deve ser necessária a realização de perícia. Não está descartado o pedido de novos mandados de busca e apreensão.
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