Nenhum dos 22 candidatos investigados pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) por suposto financiamento de campanha por facção criminosa é de Cuiabá. A investigação, que abrange diversos municípios, não inclui vereadores eleitos na capital mato-grossense, e segue em andamento. “De fato, não há nenhum vereador de Cuiabá nas investigações”, confirmou o coordenador do Gaeco, promotor de justiça Adriano Roberto Alves.
Apesar de as apurações ainda estarem em andamento, as autoridades não identificaram casos de financiamento eleitoral proveniente de organizações criminosas nas eleições municipais de Cuiabá. A investigação prossegue com o objetivo de identificar eventuais irregularidades e garantir a transparência no processo eleitoral.
No total, o Gaeco investiga candidaturas em seis cidades, incluindo Rondonópolis. “Existem outros municípios sendo investigados, mas a capital não é um deles”, ressaltou Alves.
Após a eleição, o vereador de primeiro mandato e escrivão da Polícia Federal Rafael Ranalli (PL) declarou, em entrevista à TV Vila Real, que entre 4 e 5 candidatos eleitos para a Câmara de Cuiabá teriam ligação com facções criminosas. Embora não tenha detalhado a denúncia, Ranalli afirmou que alguns parlamentares em mandato também estariam envolvidos. “Nos próprios bastidores da campanha, havia essa informação.
Os vereadores eleitos sabem quem são, sabem quem está no Comando, e quem foi eleito pelo sistema tradicional”, disse. Ranalli também destacou o envolvimento do crime organizado nas eleições, afirmando que a facção financiava candidatos considerados aliados e atuava em represália a eleitores de bairros específicos. “Tinha que colocar o adesivo (de candidato); se tirasse, ia apanhar; se não votasse, ia apanhar; se não fosse à reunião, ia apanhar”, revelou.
No auge da disputa pela eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, fotos de vereadores com supostos membros do crime organizado começaram a circular nas redes sociais e aplicativos de mensagem. O próprio prefeito Abílio Brunini (PL) afirmou que o Comando Vermelho estaria interferindo na disputa pela Mesa e enviou a denúncia à Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Na ocasião, ele declarou que alguns parlamentares teriam aceitado dinheiro, mas não revelou os nomes dos envolvidos.