Política Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 00h:05 | Atualizado:

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OPERAÇÃO ARARATH

Juiz federal manda investigar servidores de 4 secretarias por fraude de R$ 61 milhões em MT

Funcionários da Sinfra, PGE, Auditoria e Fazenda serão alvos de devassa

WELINGTON SABINO
Da Redação

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Servidores públicos estaduais de quatro pastas deverão ser investigados por suas atuações em processos administrativos protocolados entre 2009 e 2012 pela Encomind Engenharia Comércio e Indústria Ltda cobrando do Estado precatórios milionários, o que resultou em pagamentos de R$ 61,5 milhões de maneira indevida. A determinação é do juiz federal Jeferson Schneider numa ação penal derivada da Operação Ararath que tramita desde 2014 na 5ª Vara Federal de Cuiabá, na qual o ex-secretário estadual de Fazenda, Éder de Moraes Dias, foi condenado a 45 anos de prisão e ao pagamento de uma indenização de R$ 99,2 milhões pelos crimes de corrupção passiva, peculato, concurso de pessoas e concurso material.

Na parte dispositiva da sentença assinada no dia 4 deste mês, o magistrado manda enviar cópia ao governador Mauro Mendes (DEM) para tomar ciência e adotar as providências cabíveis "em relação à atuação de servidores da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Secretaria de Estado de Fazenda, Auditoria-Geral do Estado (atual Controladoria) e Procuradoria-Geral do Estado". A parte do processo citada pelo magistrado dispõe sobre os recursos transferidos pelo Estado à empresa Encomind sob orientação e no interesse de Éder Moraes e de seu grupo político que incluía o ex-governador Silval Barbosa. 

Consta nos autos que entre os anos de 2008 e 2010, o Estado efetuou diversos pagamentos em favor da Encomind Engenharia com o objetivo de quitar a dívida do Estado e obter recursos para o pagamento de despesas do grupo político do qual fazia parte o réu Éder Moraes.  Dentre eles, o Ministério Público Federal relaciona na denúncia pagamentos feitos no processo administrativo 217387/2009, no total de R$ 24,3 milhões quitado em duas parcelas (dias 3 e 15 de setembro de 2009) e no processo judicial 740/2004, que inclusive, sumiu da 2ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá em maio de 2011 após carga realizada pelo advogado Roberto Zampieri.

O jurista defendeu, até agosto de 2014, o  réu Rodolfo Aurélio Borges, empresário que é dono da Encomind Engenharia. Os decretos que autorizaram os pagamentos foram publicados em 2008 assinados pelo então secretário de Estado de Fazenda, Éder Moraes.

No entanto, em tese, o pagamento administrativo somente seria possível mediante a existência de documentos emitidos pela a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) que deveria certificar a legalidade da despesa, ou seja, atestar a contratação e a execução da obra pela despesa. Era preciso também que a Auditoria-Geral do Estado (AGE) emitisse parecer conclusivo sobre sua validação ou não e depois a Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da mesma forma, deveria emitir parecer conclusivo sobre sua validação ou não. 

De acordo com as informações da ação penal ajuizada pelo MPF e julgada por Jeferson Schneider, a Sinfra-MT certificou a legalidade da despesa quando se manifestou no processo administrativo nº 217387/2009 para reconhecer a existência dos fatos ensejadores do direito à indenização, assim como o valor devido de R$ 24,3 milhões. "Porém, a Sinfra/MT, sem apresentar qualquer memória de cálculo própria no processo, resumiu-se a aderir “ao valor dimensionado de acordo com os princípios adotados pela interessada” , no caso a Encomind Engenharia.

Por sua vez, a AGE não emitiu parecer conclusivo, mas apenas orientou a Sinfra/MT sobre a forma como a Secretaria deveria proceder quanto à origem e valor da dívida. "Em outras palavras, a AGE/MT deliberadamente demitiu-se de sua função institucional de auditar as contas do Estado de Mato Grosso", afirma o juiz federal. 

Por fim, quanto à necessária manifestação da Procuradoria-Geral do Estado, a procuradora Ethienne Gaião de Souza Paulo emitiu parecer jurídico desfavorável ao pagamento e com com manifestação favorável para aprovação do parecer da Subprocuradora-Geral Administrativa. Porém,  não foi acolhido pelo procurador-geral do Estado, Dorgival Veras de Carvalho sendo sendo substituído pelo parecer jurídico da lavra do procurador do Estado João Virgílio do Nascimento Sobrinho, que concluiu pelo direito à indenização da empresa Encomind "sem fazer qualquer referência ao valor devido".

"Ademais dessas irregularidades, a maneira como o processo administrativo nº 217387/2009 tramitou dentro da Procuradoria-Geral do Estado revela a presença de diversos indícios de que essa tramitação se deu de forma anômala, isto é, o processo não tramitou regularmente, mas foi simplesmente montado para fins de legitimar o pagamento por parte da Secretaria de Estado de Fazenda, na pessoa do acusado Éder de Moraes Dias", assinalou o juiz Jeferson Schneider.

Ele ainda determinou o envio de cópia da decisão ao procurador-geral do Estado, ao secretário-controlador geral do Estado. Ainda, mandou notificar o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) para que o presidente da Corte, Guilherme Maluf  adote providências em relação aos conselheiros que julgaram uma representação externa protocolada em 2012 e deram respaldo aos pagamentos efetuados pelo Estado.

 





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Comentários (9)

  • #PANDVI$$$

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 20h50
  • SABE NADA MARIANA, ROTULAR SEMPRE FOI PRAXE EM MT A COMEÇAR DO SUBSÍDIO (SALÁRIO) COMO "VERBA INDENIZATÓRIA" QUE FOI INSITUIDA POR FHC EM 1988 E A VI POR LULA EM 2005. O OVO DA SERPENTE SÓ PODIA DAR NISSO: EXPEDIENTE ESPÚRIO PARA AUMENTO INDIRETO DE SUBSÍDIO, DO QUAL A BOTELHOSA ALMT É MÃE GENTIL, COMO FOI A VI DA CÂMARA FEDERAL, COPIADA POR RIVA - MAIOR FICHA SUJA BRASILEIRIA SEGUNDO A MIDIA - (LEI 8.112/2004, ATUAL LEI 10.296/2015 (MALLUF), EM VIGOR
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  • Mario Frieira

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 19h08
  • O Ladrão, tá livre, leve e solto. Milionário(não tem renda, mas vive no LUXO), tá igual a FAMIGLIA BOLSONARO, faz de tudo na roubalheira e o povo "DE BENS" aplaude!
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  • Mariana

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 15h19
  • de que adianta denuncias contra agentes e fiscais da SEFAZ? quase sempre da em nada, que fim virou o caso do agente da SEFAZ no aeroporto? sera que la não tem mais gente envolvida em falcatruas faz tempo so que nunca foi pega? depois esse povo que levou vantagem durante anos a fio se aposenta e fica por isso mesmo, né?
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  • Wagber Rico

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 11h44
  • O Rodolfo , um dos donos da ENCOMID , fez tanta corrupção e safadeza, ficou milionário, mais tá louco varrido, de tanto medo da Policia Federal e do GAECO, e de ser preso. Coitado não sai de casa, numa profunda depressão, que da dó a seus amigo. Rico,mais louco...
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  • ex juiz

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 09h36
  • Tem um ex juiz federal que fez parte dessa roubalheira, inclusive é réu junto com eder moraes, é só investigar de onde ele tira dinheiro pra viver sem trabalhar e ainda financiar a campanha prefeito...
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  • S? observo

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 08h35
  • Esses servidores estão fazendo estágio para virar político?? Caso estejam, sinto informar que foram reprovados, pois político profissional não se deixa pegar.
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  • JOENES PICA PAU

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 07h27
  • Brasil em cima de todos, viva Bolsonaro, viva Paulo Guedes... vamos acabar com o serviço público de merda, juntos com arma na mão seremos uma nação.
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  • Ggm

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 05h39
  • Organização criminosa no poder público, punição já.
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  • Jurista

    Quinta-Feira, 10 de Setembro de 2020, 00h50
  • Decisão louca é nula ... pelo que vi o dr ÉDER se cercou de todos os meios legais . Isso não aguenta 2 minutos no STF ... depois querem criticar ministros .
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