Júnior, Fernando e Piran: ligações próximas com o poder em Mato Grosso
Considerada a maior operação da história de Mato Grosso após a Arca de Noé, em 2002, a Ararath pode ter a qualquer momento novos desdobramentos. Após cinco fases com o cumprimento de 54 mandados de busca e apreensão desde novembro do ano passado, a ação comandada pela Poícia Federal promete causar nos próximos dias um impressionante "strike" em Mato Grosso com prisões de figuras importantes do cotidiano empresarial e político, além das mais variadas esferas do poder Executivo, Legislativo e Judiciário.
Apesar de tramitar em segredo de justiça, os processos dos já conhecidos investigados na operação estão praticamente paralisados. Por exemplo, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o "Júnior Mendonça", considerado o pivô da operação após uma denúncia feita há quatro anos pela colunista social Karina Nogueira, tem um pedido de habeas corpus para trancar a investigação que pode até anular toda operação desde o dia 25 de março para ser analisado, em mérito, pelo desembargador do Tribunal Regional Federal, Ítalo Mendes.
A defesa do empresário perdeu em dezembro do ano passado liminarmente o pedido. Ele solicitaram uma reavaliação do magistrado que há está há mais de 52 dias com o processo concluso sem tomar uma decisão.
Outro pedido de investigado na operação é por parte do empresário do ramo de fomento mercantil Valdir Agostinho Piran, que teve em março a casa e escritórios em Cuiabá e Brasília (DF) invadidos por agentes da PF. Ele solicita a decolução das coisas apreendidas e o processo está desde o dia 24 de abril nas mãos do juiz federal Jefferson Schneider, que ainda não se posicionou sobre a solicitação.
O empresário Fernando Mendonça França também espera uma decisão judicial para ter os documentos apreendidos em seus imóveis pela PF. Ele também foi alvo da "Operação Ararath" e desde o dia 22 de abril os pedidos feitos por Fernando Mendonça estão sob análise de Schneider.
Um fato interessante é que o processo de restituição das coisas apreendidas do ex-secretário Éder Moraes Dias não está mais podendo ter a movimentação ser vista no site da Justiça Federal de Mato Grosso. Tudo indica que o processo foi remetido pela instâncias jurídicas superiores para ser anexado a investigados com foro privilegiado no STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou STF (Superior Tribunal Federal).
"Júnior Mendonça", Valdir Piran e Fernando Mendonça sempre foram conhecidos por emprestarem dinheiro a juros em Mato Grosso. Ele sempre tiveram relações estreitas com agentes públicos das mais variadas esferas de poder.
Somente num dia, a Polícia Federal apreendeu R$ 124 milhões em notas promissórias e cheques nos escritórios de alguns dos investigados. Hoje, os documentos estão sendo analisados.
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Federa
Sexta-Feira, 16 de Maio de 2014, 14h25