O governador Mauro Mendes (UB) comentou sobre a anulação da denúncia que arquivou a ação penal contra o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB), por conta do vídeo em que aparece recebendo maços de dinheiro e colocando em seu paletó, durante a gestão Silval Barbosa, em 2013. O escândalo ficou conhecido como "Mensalinho", à época.

Para o gestor, as 'brechas' na legislação brasileira favorecem 'vagabundos da política'. O juiz da 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider, em crumpirmento a uma determinação da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), anulou e arquivou a denúncia por se tratar de uma filmagem 'clandestina', usada pela acusação, feita sem autorização judicial e sem o conhecimento das autoridades, indo na contramão do Pacote Anticrime.

Questionado sobre a decisão, Mendes comentou sobre as inúmeras brechas nas leis do país. "O problema da nossa Justiça são as leis. Eu tenho certeza que nenhum juiz ou desembargador faz e nem pode fazer algo que contraria frontalmente aquilo que está na legislação. Agora existem brechas na Legislação que favorecem os vagabundos da política, aqueles que fazem merda, roubam dinheiro público e são beneficiados por uma lei frouxa", disparou o gestor. 

O chefe do Palácio Paiaguás voltou a defender leis mais duras e a atualização das leis em vigor. Além disso, cobrou uma punição severa do Judiciário em outras ações às quais Emanuel Pinheiro foi representado.

Em sua avaliação, caso ocorram arquivamentos e anulações, completa "desmoralização da Justiça" e de outros órgãos de controle. "Seria, porque eu não desejo que isso aconteça, mas se acontecer, será uma completa desmoralização da Justiça, do Ministério Público Federal, Estadual, Polícia Federal, da Delegacia de Combate à Corrupção, porque fazer mais de 20 operações e isso acabar virando em pizza seria desmoralização, mas eu acredito que eles não vão se desmoralizar e vão honrar o trabalho", opinou Mendes.

MENSALINHO

O pagamento seria uma propina, apelidada carinhosamente de 'Mensalinho'. Ao todo teria, supostamente, recebido cerca de R$ 600 mil em mensalinho como forma de garantir governabilidade e a aprovação das contas do governo, dizia a denúncia.