O candidato a prefeito de Cuiabá, Lúdio Cabral (PT), tenta nesta reta final de campanha eleitoral se descolar ainda mais do Partido dos Trabalhadores quer seja no horário eleitoral da rádio e da televisão ou em suas redes sociais. Sobre a sigla recai a pecha da corrupção devido aos escândalos nacionais envolvendo o "Mensalão" e o "Petrolão". 

O Mensalão foi um escândalo de compra de votos que quase derrubou o governo de Lula (PT) ainda em seu primeiro mandato, em 2005. Já o Petrolão foi um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou bilhões de reais em propina que culminou na Operação Lava Jato, da Polícia Federal em 2014, no segundo mandato do governo Dilma Rousseff (PT).

Políticos, entre eles presidentes da República, da Câmara dos Deputados e do Senado, além de governadores de estados, e empresários foram alvos nas 80 fases deflagradas. Com os dois maiores esquemas de corrupção mais lembrados pelos eleitores, Lúdio Cabral tenta se afastar dos 'companheiros'.

Mesmo ressaltando que desde que entrou na política nunca mudou de partido, nessas eleições, Cabral tenta não ser o "candidato do PT". Ele tem optado pelo branco em eventos e debates ao invés do tradicional vermelho.

Seu nome nos caracteres nos programas eleitorasis também mudou. Agora em suas plaquinhas está escrito 'FÉ Brasil', em referência à Federação formada pelo PT, PV e PCdoB. Em seus dois últimos programas eleitorais apresentados, ele usou bom tempo para afirmar que não vai governar para o partido, mas para a população.

Numa gravação exibida, Lúdio conversa com um taxista da região central da Capital, que afirma não ser petista, mas votará nele. "Vou votar para a pessoa. Não sou petista. Sou taxista e vou votar em você", diz o trabalhador. 

Lúdio também reforçou o discurso de buscar o voto da centro-direita num sabatina realizada na CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) no mês de agosto. "Eu sei que muitos de vocês têm críticas ao PT. Agora eu não vou governar para o PT e o meu propósito é o bem da minha cidade que independente das nossas diferenças políticas, ideológicas, a gente tem como trabalhar junto", discursou. 

A tática também se estende para as redes sociais. Lá, ele tem impulsionado conteúdo de inserções onde eleitores dizem que votam nele por suas qualificações e não por seu partido, na tentativa de angariar votos de quem ainda está indeciso.

O petista foi além no 12º programa exibido nesta semana, onde uma mulher que se diz apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), maior líder da extrema direita, afirma que votará em Lúdio, não no PT.