A troca de candidatura pela esposa começa a ficar frequente no país após criação da Ficha Limpa. Nestas eleições de 2014, em Mato Grosso, o deputado José Riva (PSD), que teve o registro indeferido por ser considerado ficha suja, foi substituído por Janete Riva (PSD), numa tentativa de salvar o grupo político e garantir a transferência de votos. 

Nesta eleição de 2014, caso semelhante ao de Mato Grosso ocorreu em Roraima. Neudo Campos (PP), também considerado ficha suja e com passagem pela prisão, foi substituído por Suely Campos. As duas esposas foram anunciadas nesta sexta-feira como candidatas a disputa ao governo Estado. 

Só que, em Roraima, Campos vêm liderando as pesquisas, enquanto em Mato Grosso Riva aparece em terceiro e com alto índice de rejeição. 

Para este pleito, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estipulou prazo máximo para a troca de candidato até segunda-feira para que possa ser substituída a foto nas urnas. Fato que não ocorreu na eleição de 2012 e fez com que vários candidatos impugnados fossem substituídos, mas na hora de votar a foto deles ainda constava na urna, fato que confundiu o eleitor. 

Caso bastante conhecido nacionalmente de troca pela esposa ocorreu no Distrito Federal, em 2010. Joaquim Roriz também indicou a mulher Weslian Roriz para disputar o governo e ela acabou derrotada. Já na prefeitura de Nova Independência, no interior de São Paulo, Neuza Joanini assumiu a disputa em 2012 após o marido, Valdemir Joanini, também ter sido impugnado, e venceu. 

Este fenômeno de usar as esposas nas disputas tomou conta do interior de São Paulo na região de Rio Preto. Quatro candidatos indicaram as esposas e venceram as eleições. Em Valentim Gentil, Rosa Caldeira assumiu no lugar de Libertado Caldeiro. Na Macedônia, Moacyr Marsola foi substituído por Lucilene Marsola. Na cidade de Turmalina, Fernanda Massoni foi candidata no lugar de José Carlos Massoni. E ainda no município de Paraíso, Silvia Gallo venceu após substituir André Gallo. Todos haviam sido barrados pela Lei da Ficha Limpa.