Cidades

Sábado, 11 de Outubro de 2014, 10h32

CONTRATAÇÕES

Médicos denunciam terceirização do PS

A Gazeta

 

Médicos do Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande denunciam a Secretaria Municipal de Saúde pelas ações de terceirização nas contratações de profissionais para trabalhar na unidade. Segundo eles, apesar do órgão alegar não ter recursos disponíveis para realizar um concurso público, tem contratado empresas por um valor muito próximo a uma folha de pagamento de profissionais concursados.

A denúncia está sendo analisada pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRMMT), que deve cobrar explicações dos representantes locais. Com uma média de 35 mil atendimentos por mês, o Pronto-Socorro de Várzea Grande é alvo de constantes reclamações por parte da população.

Demora no atendimento, más condições estruturais, ausência de médicos e filas enormes são algumas das críticas contra a unidade de saúde. Presidente do CRMMT, Gabriel Felsky, conta que o Conselho recebeu a denúncia nesta quinta-feira (09). Nela, médicos do Pronto-Socorro de Várzea Grande questionam o interesse do prefeito Wallace Guimarães (PMDB) em contratar empresas responsáveis pela admissão de profissionais para a área da saúde no município.

De acordo com Felsky, a realização de concurso público resolveria em parte o problema da falta de médicos na maioria das unidades de saúde de Várzea Grande, incluindo o PS.“Fazendo as contas notamos que a contratação de médicos por meio da terceirização é praticamente o mesmo valor que seria pago aos profissionais caso um concurso público fosse realizado no município. Eles não concordam com essa terceirização, porque em muitos casos, o município acaba pagando até mais do que pagaria com um profissional concursado”.

O presidente acrescenta que em uma reunião com o prefeito e o secretário de saúde de Várzea Grande, Daoud Abdallah na última terça-feira (07), Wallace Guimarães teria justificado a precariedade na saúde do município devido a uma dívida de aproximadamente R$ 13 milhões em verbas federais que não foram repassadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES/MT). Por conta disso, o município não teria condições de arcar com um aumento de gastos e investimentos nas unidades.

Essa falta de recursos atinge diretamente a população que necessita do Pronto-Socorro para atendimento médico. Todos os dias, a sala de espera está cheia de pessoas aguardando a vez de serem atendidas.

A dona de casa Alessandra Marques da Silva Batalha, 30, é uma das que esteve na unidade ontem (10) e levou mais de uma hora até que a mãe fosse recebida por um médico. Ela conta que vai diretamente ao PS, pois os postos de saúde próximos ao seu bairro dificilmente têm médicos.

“Moro no Jacarandá que não tem posto de saúde. A minha mãe mora no Asa Bela que também não tem e a população utiliza a unidade do Marajoara, que nunca tem médico. O jeito é vir para o Pronto Socorro mesmo e esperar todo esse tempo, em um lugar quente, sem estrutura alguma e lotado”.

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