Sábado, 01 de Fevereiro de 2025, 14h00
ESCÂNDALO
Globo demitiu jornalista por decisão de compliance; saiba o que é isso
Ele trabalhou na emissora por 25 anos
ESTADÃO
Rodrigo Bocardi foi desligado da Globo após cerca de 25 anos de trabalho, por descumprir normas éticas. Na nota oficial que anuncia sua saída, a emissora menciona “não comentar decisões de compliance”. O jornalista apresentava o Bom Dia São Paulo.
O motivo da demissão de Bocardi não foi exposto. Sabina Simonato assumirá o comando do Bom Dia São Paulo de forma interina.
O Professor Doutor de Direito Trabalhista pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Antonio Rodrigues de Freitas Júnior, explica o termo: “Compliance é o nome que no Brasil se vem empregando para designar um programa de auto-regulamentação de empresas e instituições com o objetivo de orientar eticamente a conduta de empregados e gestores”.
Ele complementa que os programas de compliance são ajustados às normas empresariais e variam de acordo com o histórico da instituição e os eventuais problemas resultantes do comportamento dos funcionários. Rodrigues de Freitas cita alguns exemplos de quebras do compliance empresarial, como “conflitos em relacionamentos interpessoais, assédios, bem como conduta moralmente reprovável diante de clientes, fornecedores e terceiros”.
“O rigor das regras e a severidade das sanções variam conforme a visibilidade e a credibilidade de cada empresa”, complementa.
Por fim, explica que a gravidade da quebra do programa de compliance independe do rigor da legislação trabalhista: “Uma quebra de compliance que certa empresa considera grave não é necessariamente uma típica ‘falta grave’ para a legislação”.
Os princípios editoriais do Grupo Globo
O Grupo Globo divulga em sua página oficial o documento “Princípios Editoriais do Grupo Globo” , no qual explica em 5 itens “Como o jornalista deve proceder diante das fontes, do público, dos colegas, do veículo para o qual trabalha e das redes sociais”.
Em carta aberta aos acionistas, publicada em 6 de agosto de 2011, a família Marinho explica que “o documento resultou de muita reflexão, e sua matéria-prima foi a nossa experiência cotidiana de quase nove décadas. Levou em conta os nossos acertos, para que sejam reiterados, mas também os nossos erros, para que seja possível evitá-los”.
Entre as normas da empresa, há a explicação de como o jornalista deve agir diante das fontes. “Como a isenção deve ser um objetivo permanente, é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia.”
Diante dos colegas, a recomendação é para que “todos na redação colaborem entre si”. “A decisão de publicar ou não uma reportagem, e de como tratá-la, é do editor responsável por ela, mas ele errará se menosprezar a opinião de colegas de qualquer nível hierárquico. Errará ainda mais quando se conduzir de tal modo que iniba os jornalistas a opinar ou ponderar a respeito do que está sendo feito”, diz o documento.
Os profissionais também são orientados em como proceder diante do veículo. “Nenhum jornalista do Grupo Globo justificará falhas, alegando desconhecer este código. Desconhecê-lo será considerado um erro ainda maior”, destaca.
Em relação à participação de jornalistas do Grupo Globo em plataformas da internet como blogs pessoais e sites colaborativos, a emissora recomenda que se “deve levar em conta estes pressupostos: notícias por eles apuradas devem ser divulgadas primeiramente pelos veículos para os quais trabalham; procedimentos internos, projetos, ideias, planos para o futuro ou quaisquer outras informações relativas ao dia a dia das redações não devem ser divulgados, sob pena de tornar vulnerável o veículo em que trabalham em relação a seus concorrentes”.
Com isso, a norma interna orienta seus jornalistas sobre como agir diante das redes sociais para não comprometer a credibilidade e a reputação do profissional nem da empresa: ”os jornalistas devem se abster de expressar opiniões políticas, promover e apoiar partidos e candidaturas, defender ideologias e tomar partido em questões controversas e polêmicas que estão sendo cobertas jornalisticamente pelo Grupo Globo”.
E segue dizendo que “esses jornalistas não devem nunca se pôr como parte do debate político e ideológico, muito menos com o intuito de contribuir para a vitória ou a derrota de uma tese, uma medida que divida opiniões, um objetivo em disputa. Isso inclui endossar ou, na linguagem das redes sociais, ‘curtir’ publicações ou eventos de terceiros que participem da luta político-partidária ou de ideias”. A empresa também pede que seus jornalistas evitem citar, se associar o criticar hotéis, marcas, empresas, restaurantes, produtos, companhias aéreas etc.
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