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Segunda-Feira, 05 de Maio de 2014, 07h32

Uruguaios exibem orgulhosos sua maconha \'liberada\'

MSN

Ativistas, consumidores e amigos da causa pela legalização da maconha no Uruguai exibiram neste sábado com orgulho sua primeira maconha \'liberada\' em um mundo de \'proibição\', apenas um dia depois que o Governo apresentou a regulação da lei que legalizou sua produção e venda no país.

Centenas de pessoas se reuniram em um parque da capital uruguaia para festejar com música, tortas fritas - a comida predileta dos uruguaios em eventos públicos - e muita maconha esta regulação, assim como o \'exemplo\' de que seu país pode dar ao mundo quanto a liberdades públicas.

\'Parece-me que humildemente o Uruguai pode ser um exemplo a seguir para o resto do mundo, e mostrar que se pode ter certa liberdade e que a sociedade pode conduzir as coisas bem. E que não tem que haver proibições sobre algo que não é tão nocivo nem prejudicial como querem fazer parecer\', disse à Agência Efe o músico Enzo Broglia, cuja banda Reytoro foi uma das que animou o encontro.

A mobilização aconteceu no marco da \'Global Marijuana March\', um evento simultâneo em 300 cidades de todo o mundo para pedir a legalização desta droga e que, no Uruguai, se transformou na primeira Marcha Mundial da Maconha Regularizada.

Broglia disse que, como ativista, a regularização do mercado da maconha em seu país \'é um triunfo\' não só para o Uruguai mas \'para todo o mundo\', que mostra, além disso, que a \'sociedade vai mudando\' e aprendendo a \'desfrutar da liberdade\'.

Do mesmo modo se expressou Federico Marín, porta-voz do Movimento pela Liberalização da Cannabis, entidade organizadora do encontro, que ressaltou a \'vitória\' do Uruguai na \'guerra ao narcotráfico\'.

\'Ainda resta muito a fazer, mas aqui hoje a maconha é legal e nos cabe agora fazer com que funcione. Esta gente está vindo aqui com a primeira maconha que cultivaram legalmente. E isso diretamente repercute no narcotráfico. Cada flor que cresce em uma varanda, são dólares menos que repercutem no narcotráfico\', declarou Marín.

Neste sentido, o ativista se referiu à direção assinalada na regulamentação da lei que legalizou a compra e venda da maconha, a qual estabelece um preço de entre 20 e 22 pesos por grama (pouco menos de um dólar) para a venda legal da droga em farmácias.

\'Primeiro, agora podemos produzir pessoalmente nossa própria maconha sem financiar o crime organizado. E segundo, o dinheiro que será pago nas farmácias, que é o mesmo que se paga pela maconha ilegal, irá para o Estado para oferecer serviços e informação aos viciados em qualquer substância\', acrescentou Marín.

A legislação uruguaia, aprovada no mês passado de dezembro pelo parlamento e cuja regulamentação, que entrará em vigor na próxima terça-feira, foi divulgada na sexta-feira pelo Governo, estabelece três formas legais para ter acesso à maconha: a produção doméstica de até seis plantas por casa, se tornar sócio de um clube de cultivo ou comprá-la em farmácias autorizadas.

Para usar essas opções, os usuários deverão escolher uma delas e se inscrever no cartório correspondente.

Tudo será controlado pelo Instituto de Regulação e Controle da Cannabis.

Enquanto os participantes do evento desfrutavam de sua maconha, as autoridades instalaram uma tenda do programa \'Com o máximo cuidado\', uma iniciativa da Junta Nacional de Drogas (JND), uma ONG e a secretaria da juventude da Intendência Municipal de Montevidéu para alertar sobre os perigos do uso de drogas.

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