A companhia aérea Voepass ajuizou nesta segunda-feira (3) um pedido de tutela preparatória para seu processo de reestruturação de dívida. Segundo comunicado da empresa, o pedido visa organizar seus passivos e fluxo de caixa, cujo objetivo final é de reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital para obter sustentabilidade no longo prazo. 

A empresa informa que suas operações seguem normalizadas, “assegurando seu compromisso de conectar o interior do Brasil aos grandes pólos, desenvolvendo a aviação regional brasileira e preservando sua função social de garantir e gerar postos de trabalho”.

“Mesmo diante de tantas adversidades setoriais, considerando todos os desafios que a aviação no Brasil enfrenta há algum tempo, como é de conhecimento público, nós chegamos aos 30 anos de atuação na aviação regional – a companhia aérea há mais tempo em operação no Brasil -, pautando nossa história pela resiliência e pela busca de soluções, sempre focada na missão de tornar possível conectar o interior do País com um serviço de qualidade”, afirma José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass.

“Com esta medida, conseguiremos, em breve, retomar o fôlego financeiro e dar início a uma reestruturação para que a VOEPASS mantenha sua função social e continue com sua missão, que é de interesse da sociedade, desenvolvendo a aviação regional brasileira e viabilizando a manutenção de centenas de empregos”, conclui.

A empresa afirma que tinha “ampla malha e saúde financeira” para manter sua operação até meados de 2024. A situação teria se revertido com o impacto decorrente do acidente do voo 2283.

Em agosto passado, uma aeronave da Voepass que ia de Cascavel (PR) a Guarulhos (SP) caiu no município de Vinhedo (SP), matando todas as 62 pessoas a bordo. Este foi o sexto acidente aéreo mais letal da história do Brasil.

A companhia afirma que o processo de reestruturação de dívida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente, já que esta questão será sanada por meio de seguradora.

“A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível”, afirma a Voepass em nota.

Ademais, a aérea atribui o momento de dificuldade à deterioração dos preços do dólar e do petróleo, além dos efeito contínuos da pandemia sob o setor.

“A medida é um caminho importante para que a empresa continue honrando compromissos com seus passageiros, colaboradores, parceiros e credores. A companhia ressalta que seguirá priorizando salários e benefícios dos colaboradores normalmente ao longo desse processo e que as atividades serão mantidas; assim como cumprirá com os pagamentos pelos serviços prestados e produtos entregues a partir da data deste processo”, diz a nota.